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Federação com PSB pode dar sobrevida ao Cidadania no Espírito Santo

Nacional do partido negocia com a sigla de Casagrande e espera avanços em junho

Hélio Filho/Secom
Hélio Filho/Secom

Prestes a se desfazer de sua aliança com o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), o Cidadania negocia, a nível nacional, a formalização de uma nova federação, desta vez com o Partido Socialista Brasileiro (PSB). Segundo informações do jornal O Globo, existe a expectativa de que o Cidadania aprove, em junho, uma resolução interna que viabilizaria o anúncio da federação no mês seguinte.

No Espírito Santo, caso se concretize, a federação daria novo fôlego ao Cidadania, partido que encolheu muito de tamanho nos últimos anos. Nas eleições de 2024, uma de suas únicas conquistas foi a reeleição do prefeito Paulo Cola em Piúma, no litoral sul do Estado.

A sigla viveu um de seus melhores momentos no Estado quando Luciano Rezende exerceu seus dois mandatos como prefeito de Vitória, de 2013 a 2020. Porém, como presidente estadual do Cidadania, Rezende tem se mostrado distante das articulações políticas.

O Cidadania também teve dificuldade de diálogo com o PSDB em 2024, e presenciou uma debandada de lideranças políticas, especialmente em Vitória, onde concentrava mais poder. A saída mais notada foi a do deputado estadual Fabrício Gandini (atualmente no PSD), que disputava com Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) a vaga como candidato a prefeito da federação.

Gandini acabou deixando o Cidadania, mas, mesmo assim, desistiu de entrar na eleição majoritária da Capital do Estado. A disputa em Vitória teve dois candidatos próximos do governador Renato Casagrande (PSB): o próprio Luiz Paulo e o deputado estadual e também ex-prefeito João Coser (PT).

Se na aliança com os tucanos os dois partidos se afundaram mutuamente, agora o Cidadania poderia retomar um pouco do prestígio em uma federação com o PSB, um dos partidos mais fortes do Espírito Santo. Além da presença do governador Renato Casagrande em seus quadros, os socialistas tiveram uma vitória eleitoral expressiva em 2024, conquistando 129 cadeiras no legislativo municipal, 22 prefeitos eleitos e 14 vice-prefeitos.

No Espírito Santo, o PSB já tem sido um dos destinos de ex-filiados do Cidadania, como o ex-vereador de Vitória Vinicius Simões.

Solução ou crise contratada?

A formação de federações tem sido uma alternativa utilizada por partidos enfraquecidos que precisam superar a cláusula de barreira, instrumento jurídico introduzido em 2017 que limita a atuação das siglas que não obtiverem determinada porcentagem de votos para o Congresso Nacional.

Na prática, porém, as federações não tem sido suficientes para dar sobrevida aos partidos, e ainda criam obstáculos a arranjos políticos locais e regionais. Nas últimas eleições em Cariacica, militantes do Partido Verde (PV) e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), federado com o Partido dos Trabalhadores (PT), demostraram publicamente a preferência por um apoio à reeleição do prefeito Euclério Sampaio (MDB a caminho do União), em vez de sustentar a candidatura de Célia Tavares (PT), que acabou perdendo a disputa por uma margem muito expressiva.

Militantes do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) no Estado também demonstraram descontentamento com as articulações de seu parceiro, Rede Sustentabilidade, frequentemente destoantes de sua perspectiva estratégica e ideológica.

Mesmo assim, as articulações para formação de novas federações continuam a todo vapor. Em abril, União Brasil e Progressistas (PP) confirmaram que vão formar uma aliança visando as eleições de 2026. A nova federação, chamada de “União Progressista”, se propõe a ser “a maior força partidária do Brasil”, reunindo 109 deputados federais, 14 senadores, cerca de 1,4 mil prefeitos e 12 mil vereadores em todo o País.

Outra federação que está em processo de gestação e que, se confirmada, promete bagunçar o cenário eleitoral capixaba, é a aliança entre Movimento Democrático Brasileiro (MDB), do vice-governador (e pré-candidato a governador) Ricardo Ferraço, e o Republicanos, do prefeito de Vitória (e pré-candidato a governador de oposição) Lorenzo Pazolini.

O PSDB, por outro lado, decidiu seguir outro caminho e iniciar um processo de fusão com o Podemos, visando se adaptar aos novos tempos.

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