Na próxima semana, o plenário da Assembleia Legislativa deve começar a votar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permite a reeleição para a presidência da Mesa Diretora. Os deputados, porém, não têm mais a expectativa de que o atual presidente Theodorico Ferraço (DEM) seja reconduzido ao cargo. Nos bastidores da Casa, ainda ecoa a afirmação do deputado de que não estaria disposto a concorrer à reeleição.
O grupo de deputados que movimentou a PEC na Assembleia esperava que a ação motivasse Ferraço a disputar a reeleição, criando assim um movimento protecionista na Casa, já que Hartung em seus governos anteriores deixou a Assembleia em uma posição de submissão ao Executivo.
A ideia era de estabelecer uma nova relação com o Executivo, mandando um recado para o governador eleito, de que os parlamentares gostariam de serem ouvidos na composição do comando da Casa, mantendo um distanciamento entre o legislativo e o Executivo.
Assim que a manobra ganhou destaque, Ferraço veio a público dizer que não concorreria à reeleição, mas deixou a movimentação seguir na Casa, até se afastou no período da votação para garantir seu afastamento do processo.
Para os meios políticos, Ferraço os está mais interessado na disputa eleitoral em Cachoeiro de Itapemirim, onde o deputado é favorito na disputa pela prefeitura local. Com o prefeito Carlos Casteglione em desgaste natural de segundo mandato, terá dificuldades em eleger seu sucessor, provavelmente o deputado estadual Rodrigo Coelho.
Além disso, o demista não estaria disposto a entrar em rota de colisão com o governador eleito Paulo Hartung no sentido de defender os deputados no embate com o governador eleito sobre questões que afetam os deputados.
