O deputado Theodorico Ferraço (DEM) tem hoje o caminho livre para construir sua candidatura à reeleição para presidente da Assembleia Legislativa. Com a movimentação antecipada do deputado estadual Josias Da Vitória (PDT) e com as dificuldades de convencimento do plenário de outros nomes que surgiram para o páreo, o atual presidente é o mais bem colocado para a eleição que acontece no próximo dia 2 de fevereiro.
Além de já estar no poder e ter a seu favor a própria máquina da Assembleia, o discurso de harmonização entre o legislativo e o Executivo é neste momento o mais apropriado para os parlamentares, que não querem entrar em rota de colisão com o governo, apenas evitar a unilateralidade na relação Legislativo-Executivo.
Um grupo havia se formando para buscar a interlocução com o governo do Estado, mas a antecipação da colocação do nome do deputado Da Vitória (PDT), fez com que ele deixasse de ser solução para o grupo, que agora se volta novamente para Ferraço, que é visto como tábua de salvação.
A percepção do plenário é de que Ferraço não oferece riscos, porque não traz mudanças drásticas nas interlocuções nem para dentro e nem para fora do plenário. Embora o presidente tenha interesses próprios no cenário político do Estado, sobretudo em relação à disputa municipal de 2016, em Cachoeiro de Itapemirim, sua reeleição não traria prejuízos para os deputados em um primeiro momento.
Além disso, Ferraço é o único nome no plenário em condições de fazer a interlocução com o governador Paulo Hartung sem colocar a Assembleia em posição de subserviência ao Executivo, como aconteceu nos dois mandatos anteriores do peemedebista.
Já o governador Paulo Hartung segue acompanhando à distância a movimentação dos deputados. Por meio de interlocutores, já conversou com praticamente todos os parlamentares. O nome preferido do governador para a presidência da Assembleia é o deputado estadual eleito Guerino Zanon (PMDB), mas nada impede de na reta final que o governador feche um acordo com Ferraço para a reeleição. Tudo vai depender das articulações dentro do Legislativo.