As contas de campanha apresentadas pelos principais candidatos ao governo do Estado nas eleições deste ano mostram semelhanças já esperadas pelos meios políticos. Os financiadores de campanha dividiram suas “fichas” nos dois principais nomes na disputa para evitar errar nas apostas.
À frente do governo do Estado, Renato Casagrande (PSB) levou vantagem na captação de recursos para sua campanha: R$ 12,68 milhões. Mas o volume e as fontes nos balancetes da campanha de Paulo Hartung (PMDB) mostraram que as empresas não quiseram correr qualquer risco. O governador eleito arrecadou R$ 8,8 milhões.
Entre as principais fontes de recursos estão empresas que foram atraídas para o Estado e dependem de concessões do governo estadual, além de empreiteiras e empresas de logística e comércio exterior.
As mineradoras que trabalham com extração de pedras ornamentais pulverizaram suas apostas, colocando valores pequenos nos dois candidatos. Assim fizeram a Bragman, CM Granitos, CS3 Mármores e a Decolores.
Antes de o processo eleitoral ter início, havia uma preocupação do mercado político sobre a quantidade de palanques que seriam colocados em disputa, isso porque o bolo de recursos já havia sido estipulado e seria suficiente para subsidiar três palanques em iguais condições de competitividade com uma equilibrada aposta de recursos, evitando sempre o risco da aposta “seca”.
Boa parte das empresas que aparece nas duas prestações de contas são velhas conhecidas de outras eleições, como a Arcelor Mittal, a Prysmian, a Fibria (Aracruz Celulose), Cotia, entre outras. Historicamente essas empresas sempre conseguiram apoio (incentivos fiscais) necessário para suas atividades no Estado, tanto no governo Paulo Hartung quanto no de Casagrande.
A diferente é que na eleição desta ano, comparada às de 2010 e 2006, não houve um cenário de unanimidade. Nas eleições anteriores as apostas eram bem mais simples, e por isso havia mais disparidades entre os candidatos. Este ano, a divisão foi mais evidente.
Se os grandes empreendimentos industriais apostaram mais em Casagrande do que em Hartung, as empreiteiras fizeram o contrário. A lista de doadores do governador eleito apresenta doações gordas de construtoras, incorporadoras e empresas de assessoria técnica e logística.
Quando comparados com as demais candidaturas é possível observar a aposta do meio empresarial na polarização da disputa entre Renato Casagrande e Paulo Hartung. As doações para o petista Roberto Carlos (PT) somaram pouco mais de R$ 1 milhão.
A maior doação veio da subsidiaria da Vale, a Minerações Brasileiras Reunidas (MBR) S/A R$ 500 mil. A Arcelor Mittal doou R$ 100 mil e a Fibria R$ 50 mil. O restante dos doadores investiram poucos recursos na candidatura do PT, que estava a uma distância grande dos dois principais candidatos.
Camila Valadão (PSol) apresentou uma planilha com apenas doações de pessoas físicas e atingiu R$ 39.180 mil. Mauro Ribeiro (PCB) arrecadou apenas R$ 3 mil.