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Fragilidade exposta na eleição pode provocar mudança de posição na Assembleia

O resultado das urnas na eleição de deputado estadual revela um cenário de fragilidade que ronda a Assembleia Legislativa. Embora o tema não esteja sendo discutido nos bastidores da Casa, o clima é percebido nos meios políticos. Para os observadores, ou a Assembleia muda de postura ou sofrerá ainda mais desgastes nos próximos anos. 
 
O recado, que os deputados talvez não estejam vendo, vai além do fato de apenas 13 dos 30 parlamentares terem conseguido se reeleger. O desempenho de votos também diz muito sobre a situação dos parlamentares que conseguiram a reeleição. 
 
Os deputados apostavam que a votação fosse maior. Da Vitória (PDT), por exemplo, era tido como um parlamentar para 60 mil votos, mas alcançou 40.090. Euclério Sampaio, também do PDT, era outro que projetava uma votação acima dos 50 mil votos, mas chegou a 23.033. Gilsinho Lopes (PR), mesmo com o apoio de várias categorias de trabalhadores, não passou dos 25.749. 
 
Outro fator que também vem sendo observado nos meios políticos é a ineficácia da transferência de votos entre os candidatos majoritários e os proporcionais. Dos candidatos tidos como preferidos do governador eleito Paulo Hartung (PMDB), muitos não se elegeram. Os ex-secretários de Hartung Haroldo Correa Rocha (PMDB) e Anselmo Tozi (PSDB) e os deputados Elcio Alvares (DEM) e Solange Lube (PMDB) foram mal-sucedidos.
 
Mesmo com o peso do governador eleito na reta final da campanha de Elcio Alvares e dos gastos que chegaram a R$ 680 mil, o apoio não foi suficiente para ele se manter na Casa na próxima legislatura. Sem contar o caso do deputado Paulo Roberto (PMDB), que tirou a candidatura porque sabia que não tinha chances de se reeleger. Evitou o vexame de uma derrota retumbante. Logo ele que desempenha o papel de “líder do governador eleito na Assembleia. 
 
Renato Casagrande, mesmo com a máquina na mão, também não conseguiu emplacar suas apostas. Jadir Pela, Juarez Vieira e Macaciel Breda. Eles não conseguiram aumentar o tamanho da bancada socialista na Assembleia. Por isso, uma reflexão que deveria ser feita pelos deputados é de como suas posturas na Casa influenciaram este resultado e qual a relação que o Legislativo deve estabelecer com o Executivo para evitar mais desgastes. 
 
Para algumas lideranças políticas, o desafio da Assembleia é não cair no canto de Paulo Hartung. Manter o comportamento submisso que desempenhou durante os oito anos de Hartung e que começa já vem sendo adotado ainda nesta fase de transição, só aprovando projetos com o aval da equipe de Hartung, pode aumentar o desgaste do poder e trazer resultados ainda mais desastrosos para os parlamentares na próxima eleição. 
 
Neste novo governo, entende o mercado político, Paulo Hartung não tem mais o mesmo tamanho político de seus dois mandatos anteriores. Além disso, os deputados já o conhecem e sabem lidar com sua forma de atuação. Por isso, é preciso criar formas de fortalecer o poder, estabelecendo uma postura não de oposição, mas mais independente, com o objetivo de criar um cenário favorável à imagem dos deputados.

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