Há um movimento político em São Mateus para lançar Freitas candidato a prefeito do município. O parlamentar do PSB, que já contava com o apoio do prefeito socialista Amadeu Boroto, estaria conversando com o deputado federal Jorge Silva, que trocou recentemente o Pros pelo PHS. A curiosidade dessa aliança é que Boroto e Silva são ligados, respectivamente, a duas lideranças políticas rivais: Renato Casagrande (PSB) e Paulo Hartung (PMDB). Freitas, que transita com facilidade entre os dois adversários, seria uma espécie de candidato “híbrido”.
A possibilidade de levantar um palanque com Pros e PSB joga por terra a tese de que lideranças que estiveram com Casagrande e Hartung na eleição de 2014 não poderiam caminhar juntas nestas eleições.
Observadores políticos apontam que devem surgir, sobretudo no interior, outras alianças locais ligadas a lideranças políticas rivais. No caso, Freitas e Boroto estão ligados a Casagrande, enquanto Jorge Silva tem relação estreita com Hartung. Mas, em São Mateus, os três fazem parte do mesmo grupo político.
Com Freitas candidato do gruppo, Jorge Silva se livra da pressão de Hartung. O deputado federal seria o candidato palaciano a prefeito. Jorge Silva, porém, não teria se convencido de que trocar a Câmara pela prefeitura seria um bom negócio.
A propósito, os números de São Mateus desencorajam o mais otimista dos candidatos. Em 2013, quando Boroto assumiu a prefeitura, o valor destinado para investimentos no município era de R$ 70,9 milhões. Para este ano o valor previsto, segundo a Associação dos municípios do Estado do Espírito Santo (Amunes), não passa de 1/3 do valor de 2013, ou seja, R$ 23,6 milhões.
Apesar das perspectivas pouco animadoras, Freitas, deste que possa contar com o apoio do grupo político de Boroto e Jorge Silva, estaria disposto a encarar o desafio
Caso o palanque de Freitas seja mesmo erguido, deve ter como principal adversário o empresário Daniel do Açai (PSDB), o candidato que vem se apresentando como novidade na disputa. O empresário ganhou projeção na cidade após distribuir água mineral da sua empresa gratuitamente à população mateense, que enfrenta problemas com o abastecimento.
A informação que circula nos meios políticos é de que o ex-prefeito Lauriano Zancanela (PDT) estaria desistindo da disputa. Zancanela, inicialmente, seria o nome preferido de Jorge Silva. O secretário da Casa Civil, Paulo Roberto (PMDB), que ameaçava se desincompatibilizar do governo para entrar na disputa, decidiu permanecer no cargo e também é carta fora do baralho.
A corrida pela prefeitura de São Mateus ainda inclui Carlinhos Lyrio (PSD) e o empresário Cássio Caldeira (PSDB).