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Governador entrega articulação com a Assembleia a Paulo Roberto

A função do secretário-chefe da Casa Civil é a de fazer a interlocução do Executivo com os demais poderes, mas o desempenho de Paulo Roberto (PMDB) na pasta tem chamado a atenção da classe política, nem sempre positivamente. O governador entregou a articulação com o Legislativo todo nas mãos do secretário, que acabou se tornando o único canal de comunicação com o governo. E isso tem gerado insatisfações. 
 
O presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM) reclamou na semana passada do tratamento dispensado aos deputados. O governador convidou os parlamentares para um almoço para apresentar e discutir o envio do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2017. 
 
O presidente da Assembleia não gostou do fato de a primeira reunião ter sido desmarcada pelo telefone, pelo secretário-chefe da Casa Civil, quebrando a dinâmica da interlocução entre os poderes, já que se o convite veio do governador, ele deveria ter ligado para desmarcar, e não um interlocutor. 
 
O tratamento dispensado a Ferraço não é muito diferente do restante da Assembleia. Todos os assuntos dos deputados vêm sendo tratados com o secretário da Casa Civil. O governador só entra em cena em casos de extrema urgência, como na tentativa de criação de um blocão de deputados no início do ano. 
 
Os interesses do palácio são repassados do secretário-chefe pro líder do governo., Gildevan Fernandes (PMDB),  liderança ligada a Paulo Roberto também no norte do Estado, base política de ambos. A diferença é que o secretário-chefe não tem bom desempenho nas urnas. Mas em termos de articulação política, já mostrou que tem mais traquejo que o líder. 
 
Muitas vezes, segundo os deputados, ele passa por cima do atravessador e fala diretamente com os parlamentares, para ajudar a aprovar ou rejeitar matérias, derrubar PECs ou articular um ataque a um ou outro crítico do palácio, através de algum parlamentar da base aliada. 
 
Mas, nem sempre esse meio de campo feito por Paulo Roberto agrada os parlamentares. Com a proximidade das eleições municipais, em que boa parte dos deputados estará disputando direta ou indiretamente, os aliados palacianos querem conversar diretamente com o governador para tratar assuntos eleitorais, tentar conseguir emendas para suas bases, ou socorrer prefeitos aliados. 
 
Mas a contenção feita por Paulo Roberto tem evitado essa aproximação. Os encontros com Hartung só acontecem quando o governador tem interesse em articular alguma ação com os deputados. 

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