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Governador tenta retomar unidade em torno do discurso do caos

Em entrevista ao jornal Metro, desta de terça-feira (26), o governador Paulo Hartung (PMDB) fez um balanço de seus cinco primeiro meses de governo. Mas nos meios políticos, as entrelinhas da entrevista favoreceram algumas leituras sobre a conjuntura do governo do peemedebista, que está no seu terceiro mandato. 
 
A estética da entrevista também passa um recado. Sem o terno e gravata, Hartung recorreu à camisa jeans, que virou sua marca registrada durante a campanha, para resgatar o personagem Paulo. O governador também escolheu um veículo de distribuição gratuita para passar uma mensagem à população. A mensagem que o governador tentou passar foi de que, apesar das adversidades, ele sabe o que está fazendo. 
 
A situação encontrada pelo governador foi a de adversidade econômica. Exatamente a mesma encontrada por outros governadores País afora. Essas adversidades têm feito com que a população perca cada vez mais rápido a paciência com o gestor. Neste contexto, o risco de Hartung ter sua imagem desgastada é grande. 
 
Sem os mesmos mecanismos encontrados em 2003 para garantir uma unanimidade política e um arranjo institucional que não permita contestações à sua gestão, Hartung estaria tentando reunir apoio institucional, político e da sociedade, transformando a crise no instrumento gerador da união. 
 
Essa preocupação de Hartung em reunir a apoio fica explicita em uma determinada passagem da entrevista: “Estou pedindo apoio às instituições, pedindo apoio à sociedade, porque ninguém reorganiza a casa sozinho. Eu preciso que as pessoas compreendam o que estamos fazendo no governo. Eu preciso da solidariedade, do apoio, para a gente fazer de novo uma obra coletiva”, disse o governador na entrevista. 
 
Hartung tenta explicar na entrevista todas as medidas tomadas pelo governo e que tiveram repercussão negativa, como a falta de diálogo na apresentação de sua principal bandeira de campanha, o programa Escola Viva, que instituí as escolas em tempo integral no ensino médio do Estado. 
 
Depois da repercussão negativa, com manifestações da comunidade escolar e a apresentação de emendas na Assembleia, o governo voltou atrás em um projeto de urgência. Hartung tenta fazer do limão, uma limonada, afirmando que o debate foi bom porque colocou a educação na agenda do Estado logo de cara. 
 
O discurso também redundante nos ataques ao antecessor. Em boa parte da entrevista Hartung se queixou da saúde financeira do Estado, como já havia feito em outras oportunidades em que falou em público. Embora Hartung siga transferindo a responsabilidade pelo “caos financeiro” ao antecessor, a estratégia parece cada vez mais ineficaz. A população que resultados. Mesmo porque, foi de Hartung a promessa de “chacoalhar” o Espírito Santo. 

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