O deputado estadual Theodorico Ferraço (DEM) já não tem problemas com a entrada em tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que restabelece a reeleição para a presidência da Assembleia Legislativa. O governador Renato Casagrande deu sinal verde para que o assunto seja discutido após a eleição de 7 de outubro, mas a postura do presidente da Casa mostra que sua recondução ao cargo é mera questão de tempo.
Isso porque Casagrande não tem hoje uma alternativa na Casa ao nome de Ferraço. Se o processo de reeleição não passasse no plenário, o nome do líder do governo, deputado Sérgio Borges (PMDB), seria o mais cotado para suceder Ferraço. Mas o processo de desgaste recente com a negativa do Tribunal de Justiça a um recurso do deputado contra a condenação, em uma denúncia de recebimento irregular de diárias, fragilizou uma possível candidatura de Borges à presidência.
Além disso, a experiência do governador na indicação de um presidente para a Assembleia não foi bem sucedida. Ingerir no processo em favor do então deputado socialista Rodrigo Chamoun, não trouxe vantagem política para Casagrande, já que o deputado era mais ligado ao grupo do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) do que ao correligionário.
Já Ferraço fez uma movimentação conhecida em sua trajetória política e que mais uma vez deu certo. Começou o processo pressionando o governo, enquanto deu ao deputado José Carlos Elias (PTB) a tarefa de articular a PEC com o plenário.
Depois de radicalizar a relação com o governo, conseguiu ser ouvido e acertar as arestas com Casagrande e baixou o tom, preparando o terreno para que Casagrande liberasse a discussão da PEC.