Recentemente, o presidente da Assembeia, deputado Theodorico Ferraço (DEM), fez uma brincadeira durante a sessão, dizendo que gostaria de ver o primeiro secretário da Mesa Diretora, deputado Roberto Carlos (PT), na presidência da Casa. Mal sabia o demista que a coisa ficaria séria.
Nos bastidores da discussão sobre o processo, o governo estaria articulando um contra-ataque à permanência de Ferraço à frente do Legislativo, se movimentando em favor do petista.
O governador Renato Casagrande já teria consultado interlocutores sobre ideia, que vem sendo bem vinda nos meios políticos. Roberto Carlos é deputado de primeiro mandato, mas construiu nesse tempo um trânsito bom no plenário e fora da Assembleia.
Na primeira secretaria da Mesa, o parlamentar ganhou liberdade e teve participação em situações de visibilidade, como na coordenação do concurso da Casa e na divulgação dos salários da Assembleia, com o portal da transparência.
Fora isso, o perfil de Roberto Carlos vai ao encontro da necessidade do governo para manter a unidade com o Legislativo, o que não seria garantido com a personalidade explosiva de Ferraço. No plenário, o nome do petista é palatável para os demais deputados, o que pode facilitar a manobra palaciana.
Os parlamentares tendem hoje a aceitar a reeleição de Ferraço, devido ao fortalecimento que ele empregou na Casa. Mas o perfil da Assembleia nas últimas legislaturas, de acatar os nomes indicados pelo Palácio Anchieta para a presidência do Legislativo, é um fator que vai pesar na eleição de fevereiro do próximo ano, até porque o ambiente político será outro.
Um acordo entre o Executivo e o Legislativo, conquistado depois de muito embate entre os Poderes, teve uma deliberação para que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permite a reeleição à presidência da Casa seja votada apenas depois da eleição de outubro próximo.
Como a Casa tem 13 deputados concorrendo a prefeituras Estado afora, quem sair vitorioso do processo eleitoral pode eleger o governo como uma prioridade, já que diante das dificuldades financeiras previstas para as prefeituras no próximo ano, uma parceria com o governo do Estado pode se tornar essencial.