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Gratz pede abertura de CPI para investigar seus próprios atos na Ales

Quase dez anos depois do que classificou como uma “chacina moral”, o ex-presidente da Assembleia Legislativa, José Carlos Gratz, apresentou um pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Casa para apurar seus próprios atos entre os anos de 1999 a 2003. No requerimento, o ex-deputado denuncia o sumiço de documentos contábeis que basearam a mais de uma centena de ações que responde na Justiça.

O pedido foi protocolado nessa terça-feira (14) e encaminhado ao atual presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM) que já teria distribuído cópias para todos os parlamentares da atual legislatura. Nas palavras do ex-deputado, a iniciativa é inédita e não faz parte de qualquer plano para voltar à política. “Enquanto todo mundo quer fugir da CPI, eu quero ser investigado. O meu tempo é agora”, afirmou.

Em entrevista coletiva à imprensa na tarde desta quarta-feira (15), Gratz admitiu que teria ocorrido fraudes na Assembleia Legislativa, mas que não tem qualquer envolvimento com os desvios denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPES) nos escândalos que ganharam a alcunha de “Esquema das Associações” e “Farra das Diárias”, durante os três mandatos que presidiu o Legislativo capixaba.

Segundo o ex-deputado, a perícia nos documentos – como determinou a Justiça – deve indicar sua inocência. “Esses documentos que desaparecem da Assembleia deveriam estar, no mínimo, sob a guarda do Ministério Público. Como eles podem me denunciar baseado em documentos que ninguém sabe onde estão?”, indagou. 

Gratz alega que os documentos saíram dos anais do Legislativo sem qualquer pedido formal da Receita Federal ao então presidente da Casa, deputado Cláudio Vereza (PT) e nunca mais retornaram ao arquivo da Assembleia. 

No requerimento de CPI, o ex-presidente da Assembleia denuncia que as assinaturas encontradas em cheques pagos pelo Legislativo eram falsas e, em alguns casos, os pagamentos eram realizados mesmo sem qualquer rubrica. Em um desses processos listados pelo ex-deputado, um cheque R$ 15 mil, que seria destinado à Associação dos Procuradores do Estado do Espírito Santo, foi descontado na boca do caixa sem assinatura em uma agência diferente da qual a Assembleia mantinha uma conta corrente. 

O Regimento Interno da Assembleia não estabelece prazo para a instalação – ou não – da comissão, porém, o ex-deputado acredita que o atual presidente Theodorico Ferraço se manifeste favoravelmente ao pedido.

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