O grupo de deputados contrários a uma quarta reeleição do presidente da Assembleia Legislativa, Theodorico Ferraço (DEM), vem crescendo em adesões no plenário, mas ainda não conseguiu atingir a maioria do plenário e não apresenta ainda uma convergência para um nome em condições de enfrentar o atual presidente.
Um dos movimentos que pode ter fortalecido o grupo foi a adesão do líder do governo, Gildevan Fernandes (PMDB), que indica uma liberação palaciana para um movimentação dissidente. O governador Paulo Hartung (PMDB), porém, não vem buscado intervir no processo diretamente. Embora tenha entrado no grupo de dissidentes, o nome de Gildevan não é um nome aceito para encabeçar uma chapa.
Outro nome que surge é o do vice-líder do governo na Casa, Erick Musso (PMDB). O jovem deputado, porém, tem adotado uma postura discreta sobre o assunto, preferindo ficar numa posição passiva, de espera. Musso seria uma liderança com mais trânsito entre os colegas. Diferentemente de Gildevan, que enfrenta resistência de alguns grupos. A análise de bastidores é que Gildevan seria facilmente derrotado por Ferraço numa eventual disputa.
O grupo de dissidentes, porém, tenta buscar uma saída negociada com o demista, mas enfrenta alguns problemas. Os deputados não querem dar à discussão um viés de conflito com o governo e sim de uma disputa interna, independente. Mas alguns membros do grupo estariam atrapalhando essa movimentação.
No centro da discussão sobre a rejeição a mais uma reeleição de Ferraço estaria a distribuição de cargos na Casa, que ficou muito concentrada entre os membros da atual Mesa Diretora. Os dissidentes querem debater de forma mais ampla com o plenário esse rateio. No Palácio Anchieta, a concentração de forças nas mãos da família Ferraço é um incômodo, embora contornável.
Nada, porém, está decidido na Casa, Ferraço segue tentando atrair aliados desgarrados e se o grupo não apresentar um nome que agregue forças do plenário, vai ser reconduzido até por falta de opção. A gestão do presidente não é contestada pelos colegas, assim como o fato de ele ter transito com os outros poderes trazer segurança aos parlamentares. Por isso, nos próximos 15 dias, a tarefa dos deputados é chegar a um denominador comum sobre a disputa da Assembleia, buscando uma chapa, que unifique os dois grupos da Casa.