Com a liminar concedida pela Vara da Fazenda Pública de Linhares concedendo ao ex-prefeito do município, o deputado estadual, Guerino Zanon (PMDB), 30 dias para elaborar sua defesa no processo de julgamento de suas contas referentes ao exercício de 2011, o peemedebista ganhou tempo.
Mas o problema está longe de ter sido resolvido. Os outros dois pontos reivindicados à Justiça, de que haviam pareceres anteriores e que o processo não estaria pronto para entrar em votação, não foram acatados. Por isso, o dilema de Zanon está em suspensão, mas não eliminado, já que a tendência na Câmara de Vereadores segue pela rejeição das contas do ex-prefeito.
Se o cenário se concretizar com a votação da matéria, Guerino Zanon teria uma condenação colegiada, o que o enquadraria na Lei Ficha-Limpa e o tiraria da disputa eleitoral de 2016, pleito para o qual é considerado favorito, se disputar a eleição com o atual prefeito Nozinho Correia (PDT). Daí a preocupação do peemedebista em tentar evitar o julgamento das contas neste cenário.
Nos meios políticos linharenses o comentário é de que o grupo de Zanon trabalha por uma mudança no plenário, trazendo de volta à Casa, o vereador afastado Renato Rangel (PP), no lugar de Juninho do Aviso (PP), que, aliás, é o relator das contas do prefeito. Mesmo assim, Zanon precisa de mais um voto para evitar a rejeição das contas.
Neste caso, a saída política seria buscar o apoio do senador Magno Malta (PR), que tem influência no PSC do Estado, para que os dois vereadores do partido deixem o bloco de nove legisladores que apoiam o prefeito Nozinho Correa (PDT), principal interessado na rejeição de contas de Zanon.
Se a manobra der certo, Zanon ficaria com o apoio de seis vereadores, evitando a maioria absoluta do plenário, que seria de oito votos. Com maioria simples não é possível rejeitar as contas.
Isto também está previsto no grupo do prefeito. Nos bastidores da Câmara, os vereadores do PSC teriam recebido orientação para guardarem todos os emails e conversas eletrônicas. Se houver pressão externa podem ingressar na Justiça com o pedido de desfiliação por justa causa e serem acomodados no grupo do prefeito.
Dos dois lados, a expectativa é de que haja um cabo de guerra entre as forças políticas do município durante o período de suspensão do julgamento das contas. O clima na Câmara é de conversas e a classe política local acompanha com interesse os capítulos da novela que se transformou o julgamento das contas do ex-prefeito.