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Hartung evita atacar Dilma para não se desgastar politicamente

Na entrevista ao jornal A Gazeta, publicada nesta sexta-feira (3), o governador Paulo Hartung (PMDB) fala com prudência sobre as crises política e econômica do País, com a justificativa de defesa dos capixabas nesse processo. Mas nas entrelinhas da fala do governador é possível observar a preocupação com a própria sobrevivência política. 
 
Com uma popularidade que não passa da casa dos 30%, na região onde está a maior concentração de eleitores do Estado, a Grande Vitória, Hartung, com a caneta na mão, também se torna alvo do eleitorado que, de bolso vazio, sofre o revés da crise econômica. A situação deixa ainda mais vulnerável os governantes que se tornam dependentes de interlocuções com o governo federal, algo que Hartung não tem e precisa de estratégia para conquistar. 
 
Nessa terça-feira (30), Hartung participou de uma reunião com os demais governadores do Sudeste. Do encontro saiu uma carta, enviada à presidente Dilma, com sugestões para o enfrentamento da crise. Vale destacar que nesta reunião, a participação do Espírito Santo foi meramente geográfica, diante do poder de articulação de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, estados que têm uma participação política-econômica muito mais destacada que o Espírito Santo na região. 
 
Por isso, o encontro foi muito mais eficiente no sentido político para Hartung, que “pegou carona” com os demais governadores. Dado a postura do governador nos processos eleitorais desde 2002, Hartung perdeu ao longo do tempo sua capacidade de negociação com o governo federal do PT – primeiro Lula e depois Dilma. Com a visão nacional de que o Estado não tem a necessidade que diz ter, por conta de sua economia, que gera um PIB artificial, o governo federal e os demais entes da União não entendem que o Estado tem essa necessidade de atenção que diz ter: o desgastado discurso do “patinho feio”.
 
Economicamente, o Estado aposta em Commodities, o que o deixa dependente da balança comercial internacional e como a crise se aprofunda, o Estado se torna, hoje, dependente da articulação com o governo federal para tentar conquistar recursos.  Por isso Hartung, que foi eleito no palanque de Aécio Neves (PSDB), precisa se aproximar do governo Dilma,  mas sozinho não terá condições de fazer articulação. Daí a necessidade de se unir aos demais governadores para buscar abrir as portas do Palácio do Planalto. 
 
Com a população capixaba cobrando também ações do governo que permitam a manutenção das conquistas relativas ao consumo, emprego e renda, o governador adota um discurso conciliador na entrevista, no sentido de proteger sua imagem e estabelecer uma estratégia de sobrevivência política em um cenário de crise que ainda não tem data para acabar.

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