Depois da entrevista do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) em uma rádio no município de Castelo, no sul do Estado, terra natal do governador Renato Casagrande, o peemedebista passou a ser visto como um possível candidato ao governo em 2014. A entrevista da última quinta-feira (13) repercutiu nos meios políticos do Estado.
Se ele vai se candidatar mesmo ainda é cedo para dizer, já que seu perfil é o de definir o posicionamento político sempre às vésperas do início do processo eleitoral. Mas, de saída, ele consegue tirar o controle das articulações das mãos do governador.
Ao lançar no mercado uma ideia de que está no jogo político de 2014, o ex-governador confunde a classe política e coloca em risco o palanque de unanimidade de Casagrande. Um passo importante é a ideia de que estará ao lado do presidenciável Aécio Neves, o que demarca um posicionamento. O tucano não pretende fazer aliança com Casagrande, o que tira do palanque palaciano, o PSDB, com quem o governador tentava um flerte, aproximando-se dos tucanos Luiz Paulo Vellozo Lucas e de Guerino Balestrassi.
Enquanto Casagrande tenta mostrar uma postura independente diante da disputa presidencial, Hartung marca o território. A tendência é que ele abra espaço para a disputa de seu aliado, o senador Ricardo Ferraço (PMDB), mas dá a impressão de que ele quer comandar as articulações com os partidos, o que pode isolar Casagrande para 2014.
Durante seus dois mandatos, Hartung manteve um rígido controle da classe política e se apropriou da movimentação nacional para sair como o articulador da candidatura de Renato Casagrande. Isto fez com que o processo de unanimidade que sustentou seu governo fosse transferido para o palanque de Casagrande, que disputou a eleição com uma base de 16 partidos.
Para 2014, o governador tenta manter a base e ampliá-la ao anexar também o PSDB, DEM e MD (união de PMN e PPS), que estiveram com o palanque de Luiz Paulo Vellozo Lucas em 2010. Mas com a entrada de Hartung no jogo de articulação, o PSDB foi colocado ao lado de Hartung, que dá sinais de que não caminhará com Casagrande em 2014. Resta saber como vão se comportar as demais forças políticas neste novo cenário que se desenha.