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Hartung muda estratégia para esvaziar palanque de Renato Casagrande

A aprovação das contas do ex-governador Renato Casagrande (PSB) na sessão dessa terça-feira (13) na Assembleia Legislativa coloca fim a um embate entre o socialista e o atual governador Paulo Hartung (PMDB) nos bastidores da Casa. Desde os questionamentos do balanço ainda no Tribunal de Contas e toda as especulações em torno da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Empenhos, uma narrativa foi construída nos meios políticos de que Hartung estaria tentando tornar seu principal desafeto político inelegível para a disputa de 2018.

No meio do caminho, o governador parece ter percebido que essa seria uma estratégia equivocada. Quanto mais Hartung fechava o cerco contra Renato Casagrande, mais lhe garantira a sobrevivência política. Na planície, sem um espaço político para se articular, o ex-governador tinha a perseguição de seu sucessor como um palanque que sustentava esse discurso. Mas, com a aprovação das contas e o fim da CPI dos Empenhos sem o indiciamento do socialista, seu discurso de vitimização fica esvaziado.

Mas isso não significa que Hartung vai esquecer politicamente seu antecessor. Nos eventos que tem participado Estado adentro, o governador vem resgatando o discurso de que recebeu o Estado quebrado, com os cofres vazios e dívidas a serem pagas.

Um discurso que ele construiu com a ajuda de um relatório elaborado por sua ex-secretária Ana Paula Vescovi e o atual secretário de Educação, Haroldo Rocha, ainda no processo eleitoral, e que contribuiu para sua eleição. Para implantar a política de cortes para enxugar a máquina, Hartung implantou a “política de austeridade” também com o subterfúgio da crise, que teria sido gerada por seu antecessor.

Essa estratégia de Hartung não visa apenas desconstruir seu adversário. A crise bate às portas do Palácio Anchieta, o que pode desconstruir a narrativa de gestão de excelência que vem sendo vendida pelo governador e que vem garantindo, inclusive, sua visibilidade em nível nacional. Com os subsídios do funcionalismo e o pagamento de fornecedores sempre no último dia útil do mês, o governo estaria a um passo do colapso.

O governador precisa reacionar o discurso de rombo herdado para não ter de pagar a conta da crise, o que pode comprometer toda a propaganda feita de sua gestão até aqui. Sem espaço político e discurso que lhe garanta holofote, Casagrande nao terá como reagir às imputações que o peemedebista o impõe.

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