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Hartung pressiona Vidigal para entregar liderança do PDT na Assembleia a Rodrigo Coelho

A reunião do PDT capixaba desta segunda-feira (27) deve definir os rumos das principais lideranças do partido. Protagonizam o encontro o presidente do partido, deputado federal Sérgio Vidigal, e os três deputados da bancada do PDT na Assembleia Legislativa: Josias da Vitória, Euclério Sampaio e Rodrigo Coelho. 
 
O cerne da discussão é a liderança do partido no Legislativo estadual, recentemente passada de Euclério para Da Vitória, Desde a crise na segurança pública, os dois passaram a fazer oposição ao Palácio Anchieta. Com Euclério e Da Vitória assumindo um papel de oposição ao governo, Paulo Hartung (PMDB) estaria pressionando Vidigal para entregar a liderança do PDT para Rodrigo Coelho, que tem se desalinhado dos dois colegas de partido para se manter fiel ao governador. 
 
Se Vidigal insistir na estratégia de entregar a liderança a Rodrigo Coelho, a expectativa é de que haja reação imediata da base do PDT. Não há antecedentes de interferência da Executiva na escolha da liderança da bancada na Assembleia. 
 
Mesmo assim, a questão foi levada para dentro do partido, com a justificativa de que a Executiva não foi ouvida sobre a mudança de posição da bancada pedetista em abandonar a base do governo no Legislativo. 
 
Com o comando da bancada nas mãos, Da Vitória pode falar por até 20 minutos no horário das lideranças e encaminhar e justificar votações durante outros 10 minutos. Com seu perfil que hoje não se alinha à base de Hartung, o Palácio teria ingerido para impor Coelho e evitar novos desgastes no Plenário.
 
A relação entre o Palácio Anchieta e os deputados Da Vitória e Euclério azedou de vez na polêmica votação do projeto, aprovado pela Assembleia, que  altera os critérios de promoção na Política Militar – dentro do pacote de reforma da instituição construído após a crise na segurança que parou a PM por 22 dias. 
 
Nos bastidores, a informação é de que Coelho havia se comprometido a votar com os colegas de bancada, mas, na última hora, não cumpriu o acordo. No dia seguinte, o clima na bancada pedetista ficou ainda mais tenso com a nomeação da mulher de Rodrigo Coelho, Giliane Almeida Barbosa Coelho, para o cargo de supervisora de Atividade na Superintendência de Educação em Cachoeiro de Itapemirim, base eleitoral do deputado.
 
O cargo foi visto como uma forma de compensação ao compromisso do deputado de se manter fiel ao governador. É fato que Rodrigo Coelho estava magoado com o governador desde a definição do novo comando da Casa, que o deixou de fora da Mesa Diretora. Apesar do revés, Coelho nunca se mostrou disposto a assumir o papel de oposição e dificilmente se colocaria contra o governo. Basta lembrar que até fevereiro ele integrava a equipe de governo à frente da Secretaria de Assistência Social do Estado.
 
Dentro do PDT a ingerência do governador Paulo Hartung no partido ainda promete gerar muita polêmica. Já havia descontentamento entre as lideranças sobre as contrapartidas que a legenda recebeu do governo até agora. Para muitos pedetistas, as contrapartidas não condizem com o tamanho e importância do partido. 
 
A tentativa do governo de ingerir em uma decisão da bancada, para alguns pedetistas, extrapola todos os limites. Muitas lideranças entendem que o governador Paulo Hartung, equivocadamente, está enxergando o PDT com um “partidinho de aluguel”. 
 
É dentro desse clima que Sérgio Vidigal conduzirá a reunião desta segunda-feira. Para aumentar a pressão sobre Vidigal, circula nos bastidores do partido que Hartung estaria disposto a saldar as dívidas de campanha do PDT, que não seria pequena, em troca da fidelidade da bancada na Assembleia. 
 
O imbróglio envolvendo o PDT parece longe de uma saída consensuada. A decisão do partido de deixar ou não a base do governo Paulo Hartung pode unir o PDT ou fragmentá-lo. 

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