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Hartung vai ter de definir alvo prioritário na eleição de Vitória

A entrada do governador Renato Casagrande (PSB) na disputa pela Prefeitura de Vitória pode aliviar o prefeito Luciano Rezende (PPS) da pressão palaciana. Embora ambos estejam atravessados na garganta do governador eleito Paulo Hartung (PMDB), a prioridade do peemedebista é o embate contra o socialista, que pode ter reflexos diretos em 2018. 
 
Neste sentido, ao virar sua artilharia contra Casagrande, Hartung diminuirá ou mesmo suspenderá os ataques ao atual prefeito. Desde antes mesmo da eleição do peemedebista, o prefeito – que em 2012 enfrentou o palanque apoiado por Hartung, rompendo com a aliança política que os dois sempre tiveram –, vem tentando se aproximar, sem observar da parte do governador eleito qualquer gesto positivo. 
 
Pelo contrário, para os meios políticos, o movimento de insatisfação de um grupo de vereadores da Capital é uma forma de o governador manter o prefeito sob pressão. O cenário da disputa eleitoral em Vitória, para 2016, neste sentido, ganha uma configuração muito importante para o processo eleitoral de 2018.
 
O governador eleito tentou limpar o campo para eleger seu aliado Lelo Coimbra (PMDB), mas essa manobra já teria fracassado. Depois de tentar sem sucesso, em uma longa reunião, demover o ex-prefeito de Vitória João Coser da disputa, Hartung teria decidido apoiar o petista na disputa. Mas isso não impede que o governador permita que o cenário se congestione de candidatos, o que também é interessante, diante da impossibilidade da unanimidade. 
 
Com a máquina na mão, o grupo do prefeito apostaria em um segundo turno e em caso de Luciano enfrentar Casagrande em uma nova etapa, o prefeito pode até, quem sabe, ganhar o apoio palaciano, em uma tentativa do governador de evitar que seu principal adversário ganhe musculatura para um possível novo embate pela sucessão. 
 
Por isso, para Hartung seria imprescindível que Casagrande seja derrotado na disputa pela Prefeitura de Vitória. Ele vai trabalhar para que isso aconteça. O candidato de Hartung, que seria Coser, também tem condições de levar a disputa para o segundo turno, mas vai depender do comportamento do eleitor em relação à candidatura petista. O ex-prefeito, que vai assumir a Secretaria de Saneamento, pode se fortalecer dentro do governo e chegar forte para a disputa e aí seria o candidato ideal para Hartung. 
 
Com musculatura eleitoral e fidelidade política, o governador eleito se empenharia na eleição do aliado, sobretudo se ele tiver condições de rivalizar contra o governador que deixa o cargo e o prefeito juntos. 
 
Quanto a Luciano Rezende, o fato de não ter Hartung contra ele já facilitaria o processo. O prefeito, além da máquina, tem boa avaliação do eleitorado, podendo levar a disputa para o segundo turno. 
 
O que vai pesar nesta discussão é o apoio das forças políticas, que pode garantir tempo de televisão. Um problema para Luciano que apostou nas últimas eleições em seus aliados e acabou irritando algumas lideranças de partidos da sua base. 
 
O governador Renato Casagrande também precisa conquistar uma base aliada. E esse, inclusive, parece ser o primeiro movimento do governador eleito Paulo Hartung, agrupar os partidos e direcionar para onde irão os apoios na disputa municipal.

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