Em março, a Associação dos Municípios do Espírito Santo (Amunes) realiza uma assembleia de prefeitos para definir a eleição para a presidência da entidade. Nos bastidores dois nomes estariam se movimentando com mais intensidade: o prefeito de Linhares, Guerino Zanon (PMDB), e o prefeito de Viana, Gilson Daniel (PV).
Nesta disputa, o histórico da Amunes é mais favorável ao linharense, já que grande maioria dos prefeitos que presidiram a Amunes vem do interior do Estado. Desde a primeira gestão, em 1972, apenas dois prefeitos da Grande Vitória foram eleitos para presidir a Amunes.
O primeiro, em 72, com a eleição de Namy Carlos de Souza, ex-prefeito de Vila Velha, que administrou a gestão até 1980. Ele foi sucedido pelo ex-prefeito da Serra, José Maria Feu Rosa, que administrou a Amunes até 1986. O atual presidente, que deixa o cargo, é o ex-prefeito de Venda Nova do Imigrante, Dalton Perim (PMDB), que foi antecedido pelo prefeito de Vargem Alta, Elieser Rabello (PMDB), e antes dele, Gilson Amaro (DEM), prefeito de Santa Teresa.
Quanto aos interesses políticos da eleição, o jogo se equilibra, já que ambos são de municípios de tamanhos consideráveis no Estado e são lideranças com relativo peso político. Zanon é uma das principais lideranças do PMDB hoje, sobretudo em um momento em que o partido pode ficar fragilizado com a possibilidade de saída do governador Paulo Hartung do partido.
Já o prefeito de Viana, Gilson Daniel tem uma vantagem técnica. O prefeito tem se mostrado um bom captador de recursos em Brasília via projetos, conseguindo sobreviver politicamente, mesmo não fazendo parte de uma elite política do Estado. Além disso, antes de chegar à prefeitura, Daniel atuava como consultor para muitas prefeituras e tem bom trânsito com os prefeitos.
Os interesses em possíveis crescimentos das duas lideranças podem favorecer um nome que passaria por fora dessa disputa. Um nome que estaria se movimentando e poderia passar ao largo dessa discussão é o prefeito de Baixo Guandu, no noroeste do Estado. Bem relacionado com os prefeitos, ele também é respeitado pelos colegas, mas talvez não seja um nome que agrade ao governo do Estado.
