Indefinição deve esquentar encontro do PT neste sábado

Mesmo sem caráter deliberativo, o encontro do PT neste sábado (24), em Vitória, será eivado das insatisfações internas com a delicada situação em que o partido ficou com as movimentações dos aliados para a eleição deste ano. Durante a semana, as declarações desencontradas das lideranças do partido ajudaram a incrementar o clima de incerteza que ronda o partido. 

 

Depois da reunião em São Paulo entre lideranças locais do partido e o ex-presidente Lula, jogando água na fervura, a recomendação foi para que o encontro deste sábado não seja deliberativo. O recuou veio na hora em que vários nomes estavam sendo cogitados para, em caso de isolamento, pudessem ocupar o palanque próprio do partido para garantir o espaço da presidente Dilma Rousseff no Estado. 

 

As inquietações no PT começaram depois que o governador Renato Casagrande declarou apoio ao candidato do PSB a presidente, Eduardo Campos, o que inviabilizou a costura pela neutralidade, que daria espaço para Dilma no grupo de Casagrande. 

 

O partido buscou apoio antes disso no palanque de Paulo Hartung (PMDB), mas as movimentações do peemedebista em direção ao ninho tucano e com o DEM também inviabilizam a costura com o peemedebista. Um certo desespero se abateu sobre parte das lideranças do PT, que passaram a buscar um plano B, que seria lançar alguma liderança ao governo. 

 

O primeiro nome colocado como plano B foi o do subsecretário de Direitos Humanos Perly Cipriano. Depois também apareceram as possibilidades de o partido disputar com Helder Salomão e Iriny Lopes, além do ex-prefeito de Vitória João Coser. 

 

Mas nenhum deles está disposto a encarar uma disputa ao governo. Coser insiste em seu projeto de disputar o Senado, Helder e Iriny são candidatos à Câmara dos Deputados e Perly Cipriano vai disputar uma cadeira na Assembleia. Ana Rita, que tanto lutou pela possibilidade de disputar o Senado, agora quer mesmo criar as condições para a eleição de deputada estadual. 

 

Por isso, a expectativa dos meios políticos é de que o encontro sirva para que o partido tente unificar o discurso sobre seu posicionamento na eleição, tendo como meta a reeleição da presidente Dilma Rousseff.