Investida prematura do PSB à presidência complica movimentação de Casagrande
O governador Renato Casagrande afirmou publicamente no início do ano em fortalecer o projeto do PSB para a disputa presidencial do próximo ano. Mas a tensão criada com o palanque de reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT), prejudica a movimentação do sociaista em busca de sua própria reeleição em 2014, com os aliados que formam sua base de sustentação.
Segundo o jornal Valor Econômico, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidenciável socialista, se movimenta para que o partido deixe logo os dois ministérios que ocupa no governo federal: Integração Nacional e Secretaria de Portos.
A expectativa é de que o desembarque deva acontecer em setembro, para evitar que seus demais governadores, principalmente os do Piauí, da Paraíba e do Amapá, fiquem sujeitos a pressões políticas e retaliações administrativas do Planalto.
Ainda segundo o Valor, Cid Gomes, do Ceará, é o único dos governadores do PSB que realmente se opõe à candidatura de Campos. Mas Casagrande, único governador do PSB fora da Região Nordeste, vem demonstrando aos interlocutores sua insatisfação com a movimentação antecipada de Campos, o que pode complicar suas articulações no Estado.
A situação é delicada para Casagrande, já que embora pretenda manter a aliança com PT de Dilma e o PMDB, reservando para os partidos, inclusive, as posições de vice e candidato ao Senado, o governador é secretário-geral do PSB e a postura partidária deverá ser cobrada, caso a candidatura de Campos realmente vingue para 2014.
A situação é ainda mais complicada pelo fato de Eduardo Campos não aparecer com densidade eleitoral para enfrentar o palanque de Dilma. Nas primeiras sondagens, o governador de Pernambuco e o candidato tucano Aécio Neves (MG) aparecem com uma distância significativa em relação à segunda colocada na corrida eleitoral, a ex-senadora Marina Silva, que busca viabilizar a Rede Sustentabilidade para disputar a eleição em 2014.
Para os meios políticos, a candidatura de Campos sem visibilidade e a aproximação com o palanque tucano, que pode evoluir para um apoio em um possível segundo turno, afasta Casagrande não só do palanque de reeleição de Dilma, como dificulta a relação institucional do Estado para um segundo mandato da presidente e do governador.
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