As primeiras semanas das gestões dos prefeitos eleitos em segundo turno na Grande Vitória não têm sido fáceis. O único que não apareceu em agenda negativa no início de 2017 foi o prefeito de Cariacica, Geraldo Luiza, o Juninho (PPS). Nas outras cidades da Grande Vitória os prefeitos tiveram que usar estratégias diferentes para enfrentar problemas com as imagens e com a classe política local.
O caso mais emblemático foi do prefeito da Serra. Audifax Barcelos (Rede) teve de enfrentar um “terceiro turno” na disputa pela presidência da Câmara de Vereadores, no dia 1 de janeiro. Predominou o clima de guerra, com direitos a mortos e feridos. No episódio, Audifax teve sua capacidade de movimentação nos bastidores testada na última sexta-feira (13), após conseguir aprovar um pacote de pautas-bomba no legislativo, entre elas a que desobriga o Executivo a prestar contas aos vereadores.
E o desgaste continua repercutindo esta semana, com a manifestação do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde no Estado (Sindsaúde-ES) contra o que chama de “pacote de maldades” de Audifax. Trata-se do Projeto de Lei 14/2017, aprovado a toque de caixa na sessão extraordinária, que dispõe sobre medidas de contenção de despesas e alteração de dispositivos, mas, segundo a entidade, representa a retirada de direitos dos servidores.
Os primeiros dias não estão sendo difíceis apenas o prefeito da Serra. O aumento da passagem do transporte público da Capital (passou de R$ 2,70 para R$ 3,15), considerado abusivo, caiu como uma bomba no colo do prefeito reeleito Luciano Rezende (PPS). A estratégia do prefeito foi a de tentar sair do foco da discussão, jogando a responsabilidade no Conselho Municipal de Transporte e Trânsito (Comuttran), mas a manobra não evitou o desgaste, que pode ter novos desdobramentos com protestos nas ruas.
Nessa segunda-feira (16), o Ministério Público de Contas (MPC) enviou ofício ao prefeito de Vitória Luciano Rezende requerendo documentos sobre o reajuste de 16,6% na passagem. O órgão fixou prazo de 10 dias para que o prefeito se explique.
O prefeito de Vila Velha, Max Filho (PSDB), enfrenta desgaste por causa da montagem do secretário e a crítica vai além da indicação do tio, Saturnino Mauro para a Secretaria de Governo. A acomodação de lideranças derrotadas na disputa municipal de 2016 também afetou a imagem do prefeito tucano.
Max reagiu respondendo e listando as competências técnicas dos membros de sua equipe. O estrago na imagem, porém, já havia sido feito e a cobrança de resultados da gestão pode aumentar em um eleitorado tão exigente quanto o canela-verde.
As pautas, porém, não foram só negativas para os prefeitos. As conversas sobre as demandas metropolitanas e a possibilidade de se reestruturar o aquaviário integrando os municípios da região somou ponto para o início das gestões dos prefeitos das maiores cidades do Estado.