Domingo, 05 Mai 2024

Lelo esquece 'ES em Ação' e critica influência econômica nos negócios do Estado

Lelo esquece 'ES em Ação' e critica influência econômica nos negócios do Estado

O deputado federal Lelo Coimbra (PMDB) ocupou a tribuna da Câmara dos Deputados esta semana para criticar a suposta movimentação do governo federal em favor do empresário Eike Batista, para um possível deslocamento do Estaleiro Jurong do Espírito Santo para o Rio de Janeiro.



O deputado afirmou que há um “incômodo” nesta relação que se estende à sociedade capixaba. “Não questionamos esse seu direito da relação entre empresas privadas, o que questionamos é a República se meter nesse negócio”, disse Lelo citando as vantagens que teve e tem o empresário nas relações com o governo federal.



A declaração do parlamentar causa estranheza, já que ele fez parte do governo de Paulo Hartung, que declaradamente pautado em privilegiar os interesses dos empresários em detrimento da atenção às políticas sociais e aos ônus ambientais que muitos projetos econômicos representam para o Estado.



O governo passado, que teve Coimbra como vice-governador e secretário de Educação, contou com a participação da "Ong” empresarial Espírito Santo em Ação na elaboração do projeto político do governo, batizado de ES 2025, que no governo Renato Casagrande foi reformulado e rebatizado de ES 2030.



Esse projeto político é voltado para a total atenção do estado aos interesses econômicos. Enquanto os índices sociais pioraram substancialmente nos dois mandatos de Hartung, as empresas receberam incentivos fiscais para atuarem no Estado. O Espírito Santo buscou atrair investimentos estrangeiros, que antes mesmo de serem instalados já trouxeram problemas sociais para os municípios.



A tentativa frustrada de instalação da CSU, em Anchieta prometeu a geração de 18 mil empregos, o que atraiu pessoas de várias partes do país para o município, comprometendo, inclusive, a estrutura de atendimento dos moradores.



Outro caso que ganhou repercussão e mostra a influência do poder econômico no Estado foram as denúncias de utilização de informações privilegiadas pelo grupo econômico formado por três empresas – incluindo o escritório de negócios Econos, no qual o ex-governador tem participação societária –, que fez a intermediação dos negócios de compra e venda de terrenos em Presidente Kennedy para a instalação da Ferrous Resources no sul do Estado.



Também fez parte da denúncia uma possível “moeda de troca” no deferimento de benefícios fiscais após as empresas que operaram a compra e venda de terrenos obterem lucros extraordinários de até 3000 % no espaço de poucas semanas.

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