Mesmo sem o apoio explícito do presidente, pastor Arnaldo Candeias, a Convenção das Assembleias de Deus no Espírito Santo (Cadeeso) se movimenta nos círculos políticos do Estado para ter um representante no Congresso Nacional que seja de fato ligado à congregação religiosa.
Cobiçada pela classe política, que busca uma fatia de seus 500 mil votos, a Cadeeso passou por uma situação desconfortável nos últimos 14 anos, durante a gestão de Oscar de Moura, excessivamente relacionada ao ativismo político eleitoral. A reação veio com a eleição de Arnaldo Candeias, em janeiro deste ano.
O nome que vem sendo trabalhado é do ex-deputado federal Jurandy Loureiro (PHS), que desde 2010 está fora de disputas políticas, o que possibilita o aparecimento de blocos contrários que ainda recebem a influência do ex-presidente.
Jurandy tem a seu favor, no entanto, a receptividade que encontra junto a grupos de líderes religiosos ligados a Arnaldo Candeias, eleito para a presidência com seu apoio. O ex-deputado federal, que tem grande influência na entidade, é apontado como um dos maiores responsáveis pela eleição do novo presidente. Os dois frequentam a Assembleia de Deus em São Torquato, em Vila Velha, há mais de 20 anos.
As lideranças religiosas não escondem o desejo de ter uma representação no Congresso. No ato da recente filiação de Jurandy ao PHS, neste mês, presidido no Espírito Santo pelo ex-vereador de Vitória Rogerinho Pinheiro, o nome dele chegou a ser anunciado como candidato ao Senado, o que foi reforçado na última semana, em reunião da comissão eleitoral da Cadeeso. No encontro, Jurandy apresentou seus projetos e afirmou que irá trabalhar para que seu nome seja unanimidade no segmento evangélico do Estado.
Aliados de Jurandy e membros do partido defendem, no entanto, uma disputa à Câmara dos Deputados. Isso porque a eleição ao Senado, que contará com duas vagas, tem candidatos em potencial como os já donos da cadeira, Ricardo Ferraço (PSDB) e Magno Malta (PR), que transita na mesma área, inclusive da Cadeeso.