O novo prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), tomou posse, na tarde desta terça-feira (1º), e elegeu a segurança pública e a reforma da máquina administrativa como as principais prioridades no início da gestão. No primeiro pronunciamento como prefeito, Luciano afirmou que a mudança, que foi o slogan utilizado na campanha, já começou. “Uma gestão moderna, eficiente e inovadora. É isso que a mudança aponta e já começamos a mostrar isso”, afirmou, ao citar a montagem do secretariado.
Discursando para uma plateia de apoiadores e lideranças políticas, o novo prefeito afirmou que o município vai colaborar com o Estado no combate à violência. Apesar do registro da diminuição do índice de homicídios na Capital – na contramão dos demais municípios da Grande Vitória e interior do Estado –, o prefeito reafirmou o desafio na queda dos indicadores de violência contra as mulheres, que ocupa o 1º lugar entre as capitais no número de mortes, e contra os jovens, que fica na 2ª posição nacional.
Luciano anunciou que a prefeitura vai colaborar com o compartilhamento de informações e imagens obtidas pelo sistema de videomonitoramento com as polícias. “O Estado não ficará sozinho na tarefa de diminuir os índices de violência inaceitáveis para uma cidade tão bonita como é Vitória”, assegurou, fazendo referência ao secretário estadual de Planejamento, Robson Leite, que representou o governador Renato Casagrande na solenidade.
Outro ponto destacado pelo novo prefeito foi a reforma da máquina administrativa. Entre as principais questões está a diminuição do número de servidores comissionados, que chegam a dois mil. No entanto, Luciano não garantiu uma redução imediata nos comissionados. Ele condicionou a efetivação da “reforma” à conclusão de um estudo que ainda será iniciado.
Mencionando a eminente queda na arrecadação com o fim do Fundap e diminuição de repasses – como mudanças nos royalties de petróleo –, Luciano afirmou que a prefeitura tem a oportunidade de “fazer mais por menos”.
Para garantir novas receitas, o novo prefeito garantiu que a gestão vai garantir condições para o desenvolvimento do setor produtivo. “Um desenvolvimento que se preserve a qualidade de vida”, ponderou, em uma referencia indireta ao projeto do grupo Buaiz na Enseada do Suá, que tem resistência de parte da sociedade organizada.
Luciano divulgou que a prefeitura vai reduzir imediatamente a burocracia na liberação de alvarás de funcionamento para o comércio, assim como mudanças no setor de vigilância sanitária que vai deixar o caráter opressivo para cooperar com o empresariado. O novo prefeito prometeu até o final do governo a extinção do sorteio para ocupação de vagas na rede municipal de ensino. “As crianças de Vitória não podem se submeter à sorte para serem atendidas”, disse.
O novo prefeito garantiu a continuidade do gabinete itinerante no município, como havia prometido durante a campanha e já começado durante o período de transição: “Pela primeira vez, um prefeito eleito ainda não empossado realiza nove audiências publicas pela cidade, ouvindo 2,5 mil pessoas. Alguns políticos tradicionais me disseram ‘não faça isso porque você vai criar uma demanda antes da hora’. Mas eu respondi para essas pessoas que problema arruma que não ouve a população”.
Durante toda a solenidade de posse, que começou com a assinatura do termo de posse na Câmara de Vereadores e passou pelo gabinete do agora ex-prefeito João Coser (PT), Luciano foi acompanhado pelo vice-prefeito Waguinho Ito (PR) e pelo presidente nacional do PPS nacional, deputado federal Roberto Freire (SP) que veio prestigiar a posse do único prefeito da sigla em capitais no País.
Gandini vai comandar Legislativo
A festa do PPS em Vitória ficou completa com a eleição, já esperada, do veredor Fabrício Gandini (foto) como o novo presidente da Câmara de Vereadores. A chapa única encabeçada pelo principal aliado de Luciano teve 13 votos contra um voto contra – do vereador Reinaldo Bolão (PT), ex-presidente da Casa – e uma abstenção do vereador Devanir Ferreira (PRB), que chegou a ensaiar uma chapa independente.
A Mesa Diretora pelo próximo biênio (2013/2014) será composta pelos vereadores: Neuzinha de Oliveira (PSDB), 1ª secretária; Zezito Maio (PMDB), 2º secretário; Wanderson Marinho (PRP), 3º secretário; Davi Esmael (PSB), 1º vice-presidente; Rogerinho Pinheiro (PHS), 2º vice-presidente; e Marcelão Freitas (PT), 3º vice-presidente.
Apesar do nome de Gandini já ter sido apontado como futuro presidente da Casa desde a última semana, os demais cargos da Mesa foram definidos praticamente até o momento da eleição. Minutos antes do início da solenidade da posse dos eleitos, os vereadores se reuniram às portas fechadas para a definição dos últimos detalhes da chapa.