A posição do ex-prefeito de Vitória, Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), em não aceitar uma acomodação na equipe do governador Paulo Hartung (PMDB) mostra que a reaproximação entre os antigos aliados é um processo bem mais complicado do que parece. Deixou transparecer que não tem mais uma postura tão elogiosa ao governador, como no passado.
Sobre a situação do Estado, que o governador vem creditando às suas medidas de austeridade desde o início de seu terceiro mandato, Luiz Paulo destacou o empenho da sociedade como um todo e reforçou que as mudanças que hoje são reconhecidas nacionalmente vêm trabalho realizado ao longo dos anos, ou seja, tirando o peso do discurso de Hartung, de se coloco como único responsável pela boa imagem do Estado.
O tucano, que vem se dedicando a palestras e consultorias Brasil afora, parece ter descoberto que esse caminho é bem mais tranquilo e financeiramente vantajoso do que as dores de cabeça da administração pública. O mesmo deve acontecer em breve com o presidente do Banestes, Guilherme Dias, que deixa a instituição no fim do mês e também deve se dedicar às consultorias.
Assim como a prefeitura de Vitória, a Serra também estaria interessada nos conselhos de Luiz Paulo para a gestão. O novo trabalho parece mais interessante do que comandar uma secretaria de Estado com muitas demandas e poucos recursos. Luiz Paulo ocupou no governo Hartung a presidência do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes) e estava cotado para o lugar do petista João Coser, na Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedurb).
A escolha de Luiz Paulo, para os meios políticos, mostra que sua aproximação com Luciano Rezende (PPS) e paralelamente Renato Casagrande (PSB), ambos desafetos de Hartung, é mais consistente que se imaginava. O tucano escolheu um caminho longe do grupo do governador. Essa postura pode ecoar para dentro do PSDB.
Embora o ex-prefeito já não tenha uma capilaridade tão grande no Estado, como tinha logo que deixou a prefeitura de Vitória, em 2004, dentro do partido ele ainda tem um grupo bem barulhento. Como Hartung estaria de malas prontas para migrar do PMDB para o ninho tucano, pode encontrar atritos internos com o grupo de Luiz Paulo, que diferentemente dele, não é tão sutil nas críticas ao governador.
