Embora o senador Magno Malta negue terminantemente sua intenção de deixar o PR, nos meios políticos a discussão ganhou corpo e é vista pelas lideranças como uma estratégia necessária para pavimentar a caminhada do parlamentar em busca da reeleição para o terceiro mandato no Senado em 2018, quando encontrará um cenário bem diferente de suas disputas anteriores.
Magno Malta chegará na disputa com uma imagem desgastada, já que hoje está ao lado do governador Paulo Hartung (PMDB). Independentemente de como estará o capital político do governador, Malta sempre foi adversário do peemedebista. Sua adesão ao grupo do peemedebista pode lhe trazer desgastes na disputa.
Mas para os aliados do senador, a permanência no PR também não ajuda neste processo, já que o partido está sendo esvaziado desde meados de 2013, quando Malta fez um movimento insinuando que disputaria o governo do Estado. Isso fez lideranças deixarem o partido, como o ex-prefeito de Vila Velha Neucimar Fraga (PSD) e os ex-deputados estaduais Vandinho Leite e Glauber Coelho (já falecido).
Malta ficou isolado e o partido desidratado. Mesmo tendo influência sobre o PSC, o senador precisa de um partido mais forte para a disputa. A aliança com o governo do Estado continua firme, tanto que o senador estaria conversando sobre a mudança de partido com o governador Paulo Hartung e o destino mais próximo parece ser o PSDB, do vice-governador César Colnago.
Em 2018 duas vagas estarão em disputa para o Senado. A dele e a do senador Ricardo Ferraço (PMDB). Ambos devem disputar a reeleição, mas outros nomes podem surgir no cenário, tornando a disputa mais acirrada. Em 2010, Malta e Ricardo estavam na mesma coligação, que apoiou a eleição de Renato Casagrande (PSB) ao governo. Houve, porém, uma estratégia para tentar evitar a eleição do republicano, com uma parceria de bastidores entre a campanha de Ricardo e a da ex-deputada Rita Camata (PSDB). Mesmo assim, o senador se elegeu com votação expressiva.