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Magno Malta: de crítico voraz a apoiador de Hartung

O senador Magno Malta (PR) participou na manhã desta quinta-feira (16) de um programa em sua rádio A Cor da Vida. Os entrevistados de honra de Malta, para surpresa dos ouvintes, era o governador eleito Paulo Hartung (PMDB) e seu vice, César Colnago (PSDB). O encontro entre Hartung e Malta, que no início do ano parecia impossível de acontecer, se desenrolou de uma forma que surpreendeu o mercado político. 
 
O senador do PR nunca chegou a ser um líder da oposição no Estado, mas até o final do ano passado, quando mantinha o mistério sobre sua participação na eleição deste ano, mantinha uma posição de crítico do governo Paulo Hartung. Malta se referia ao governo capixaba dos últimos 12 como “condomínio de poder”.
 
Em maio do ano passado, o senador pediu um aparte no horário das lideranças no Senado e fez duras críticas à denúncia do gasto de R$ 25 milhões no posto fiscal de Mimoso do Sul, que ficou conhecido como “posto fantasma”. Também criticou a defesa de Hartung, que afirmou não ser o ordenador da despesa. 
 
No mesmo discurso, Malta destacou a disparidade do Estado, que ao mesmo tempo em que é um dos mais violentos do País, concede incentivos fiscais a um grupo de empresários aliados. “É um condomínio violento, porque aquele condomínio pertence a meia dúzia de ricos que receberam incentivos”, disse o senador na ocasião.
 
As criticas se estendiam a Casagrande, justamente porque o governador deu continuidade à política de Hartung no Estado. Mas, na entrevista desta quinta, Malta não fez críticas ao governador eleito, muito pelo contrário, se solidarizou com o “novo amigo”, defendendo que Hartung deve se revoltar com os “ataques” à família do peemedebista, feitas pela campanha de Casagrande.
 
Disse que também sofreu ataques à sua família na primeira campanha ao Senado e que Hartung deve se indignar com o que ocorreu na disputa. Ele também aproveitou para defender o fim do ciclo do PT no governo federal. Malta, que fez campanha para Dilma Rousseff (PT) em 2010, também mudou de posição sobre a corrida presidencial.
 
O governador eleito falou de propostas e recebeu do senador a garantia de que vai atuar em favor do Estado no Senado. Malta disse ainda estar muito feliz com a eleição da senadora Rose de Freitas (PMDB). Malta também fez várias sugestões para atendimento às demandas sociais e combate às drogas para o futuro governo. 
 
O senador não fez críticas ao governador e a entrevista foi conduzida em um tom cordial, sem qualquer tipo de obstáculos. Hartung que em eleições anteriores não cogitava subir no mesmo palanque que Magno Malta e teria desistido da disputa ao Senado em 2010 para não ter de enfrentar o senador, parecia confortável na presença do antigo desafeto. 
 
Malta era considerado a terceira força política no Estado, um nome em condições de quebrar a polarização na disputa ao governo, mas o senador preferiu tentar arriscar uma eleição à Presidência República, que acabou não vingando. Como teve a negativa do PR nacional, às vésperas do processo eleitoral, já não tinha espaço para entrar na disputa estadual. 
 
O PR foi um dos partidos que saiu mais prejudicado nestas eleições. O partido, que elegeu três deputados estaduais em 2010 – Gilsinho Lopes, José Esmeraldo e Glauber Coelho –, este ano só garantiu uma cadeira na Assembleia, com a reeleição de Gilsinho.

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