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MDB, sem comando, repete crise de 2018 e aguarda nome da comissão provisória

Movimentação de Marcelino Fraga, denunciado por Lelo, remete a 2020, quando ele foi expulso do partido

Até a tarde desta quarta-feira (27), o MDB no Espírito Santo permanecia sem comando, em meio à crise que já passa de cinco anos, intensificada na gestão da ex-senadora Rose de Freitas na presidência da comissão provisória, iniciada em março de 2021. O agravamento ocorreu no último dia 22, com a entrada em cena de mais uma personagem: o ex-deputado federal Marcelino Fraga, expulso do partido em 2020, por ter-se autoproclamado presidente.

Filiados ao MDB aguardam a qualquer momento a indicação para presidir a comissão provisória e, em até 90 dias, eleger a Executiva e a Comissão de Ética. Nos bastidores, circulam vários nomes, numa lista que vai de filiados do interior do Estado até ao vice-governador, Ricardo Ferraço (PSDB). Em julho deste ano, a filiação dele era dada como certa, possibilidade que cresce agora, quando a manobra organizada para eleger as comissões não prosperou, fica mantido o documento encaminhado à Nacional pelo filiado mais idoso presente a votação do dia 21, José Maria Pimenta.

O cenário que se repete nesta semana traz os mesmos nomes da crise de 2018, a partir da publicação, pelo grupo de Marcelino, com a aquiescência de Rose, de um edital de convocação para eleger as comissões, que seria realizada nesta terça-feira (26), na sede do partido. A manobra não deu certo e levou um emedebista a citar o filósofo alemão Karl Marx, que pontuou: “A história acontece como tragédia e se repete como farsa”.

A farsa, denunciada por Lelo, seria uma referência ao documento convocatório, assinado pela mãe de Marcelino, de 90 anos, como filiada mais idosa, motivo de manifestação contrária da Nacional à movimentação de Marcelino Fraga, que remete a 2020, quando ele foi expulso da legenda. Instaurado em 2019, o processo judicial, na época, recebeu impulso com a eleição desautorizada para escolha de membros da Executiva, realizada em praça pública, no Centro de Vitória.

A votação para o diretório, na semana passada, que terminou em empate entre dois grupos, um deles liderado por Rose, e outro, por Lelo, abriu espaço para a manobra, frustrada não só pela desautorização da Nacional, mas também porque os votantes não compareceram à sede do partido.

Estiveram por lá, nessa quarta (26), os advogados Sebastião Pelaes, Artur Egnart, Sirlei de Almeida e Rodrigo; os convencionais Iverlan, do município Pinheiros, Ledimara, esposa do prefeito Conceição da Barra, Matheusinho do Povão (PTB), Nelson, de Alfredo Chaves, Klevenir, de Colatina, e Renato Borges, de Vitória, vice na chapa de Rose que empatou com a de Lelo e chefe de gabinete do conselheiro do Tribunal de Contas Sérgio Borges. Tirando os advogados, o quorum, baixíssimo, não permitiu prosseguir com o evento. 

Em 2019, depois de um período fora da política, Marcelino Fraga tentou o retorno à política candidatando-se à presidência do MDB, concorrendo com Lelo. Ele chegou a realizar uma votação em praça pública, após ser acusado de “invadir” a sede do partido. Foi eleito, mas o ato foi considerado sem validade.

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