O clima político em Aracruz, norte do Estado, esquentou na tarde desta quinta-feira (15). O Ministério Público estaria buscando dentro da Controladoria Geral do município documentos que comprovariam uma manobra para camuflar uma auditoria na Procuradoria da administração.
A movimentação na cidade começou com a exoneração do controlador-geral do município Fábio Tavares. No mesmo dia, a advogada Gilcineia Xavier Ferreira protocolou a denúncia na ouvidoria do Ministério Público de Aracruz. A denúncia foi acolhida e o controlador foi ouvido pelo órgão ministerial. A partir daí, a Procuradoria de Justiça conseguiu um mandado de busca e apreensão para ter acesso a documentos na Controladoria.
Os problemas começaram a partir de uma auditoria chefiada pelo então controlador Fábio Tavares na Procuradoria da Prefeitura. A exoneração do controlador teria sido motivada pelo fato de Tavares ter se recusado a “rever” o parecer da auditoria
O controlador teria descoberto que os procuradores estavam recebendo gratificações indevidas, uma vez que ganham adcionais por produtividade. Haveria, segundo a denúncia, um descompasso entre o trabalho realizado e as gratificações. O controlador elaborou um parecer sugerindo a devolução dos pagamentos que os procuradores teriam recebido indevidamente.
Mas a confusão não para por aí. A temperatura esquentou ainda mais nos bastidores com a indicação da controladora que assumiu o cargo provisoriamente no lugar Tavares. A advogada Andrea Coutinho Musso é prima do deputado estadual Erick Musso (PMDB). A polêmica é porque ela não é a única parente do deputado que estaria ocupando cargo na prefeitura. Ao todo são quatro pessoas ligadas ao parlamentar. O irmão do deputado, Heraldo Musso Neto, é gerente da secretaria de Esportes. Outro primo do deputado, Dimitri Musso, é agente de monitoramento; o cunhado do parlamentar, Edder De Oliveira De Angeli, é coordenador de seção.