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Mulheres lideram propostas de mandatos coletivos nas eleições do Estado

Camila Valadão, Brenda Lau e Carolina Pitol defendem que as decisões sejam definidas com a sociedade civil

Nas candidaturas coletivas da Grande Vitória, as mulheres é que são as porta-vozes. Elas se articulam para consolidar mandatos em que uma só é eleita, mas as decisões, inclusive as propostas de elaboração de leis, serão tomadas coletivamente com a sociedade civil. Esses são os casos de Camila Valadão (Psol), que concorre novamente à Câmara de Vitória este ano, e Brenda Lau e Carolina Pitol, da Rede, que disputam uma cadeira em Vila Velha. 

Camila Valadão informa que sua proposta de mandato coletivo não é no modelo daquelas que vêm ganhando espaço em outros estados e no qual a função de vereador é dividida entre um grupo de pessoas. “A gente pensa na necessidade de coletividade do mandato a partir de espaços coletivos de formulação de ações”, diz. Uma das propostas da candidata, caso seja eleita, é a criação de um laboratório plural de leis. 

“Seria composto por pessoas diversas. As leis seriam formuladas a partir desse laboratório, atento às necessidades da cidade e que também estaria aberto a demandas de outros grupos”, afirma. Para Camila, é preciso levar o mandato para diferentes áreas da cidade. “Não é só receber a população na Câmara, é fazer iniciativas como o mandato na praça, conversar com as pessoas, rodar diferentes partes de Vitória”, ressalta.
Brenda Lau também propõe um mandato com decisões tomadas com um grupo formado pela sociedade civil. Ela afirma que em torno de sua candidatura foi constituído um coletivo de cerca de 30 pessoas, que pensam as propostas para a cidade e atuarão, caso seja eleita, de forma voluntária no mandato, sendo uma ponte entre a comunidade e a vereadora. “Não queremos mais eleger homens brancos, hétero, engravatados, que não fazem nada pelo nosso público”, critica Brenda, que destaca como proposta de seu mandato representar principalmente as comunidades periféricas, negros, trabalhadores, comunidade LGBTQ+, entre outras minorias.
“Vila Velha é uma cidade muito conservadora. Tem que eleger alguém que queira representar esses grupos”, salienta. Outra proposta da candidata é a criação de um gabinete em alguma comunidade popular de Vila Velha, como forma de aproximar o mandato dos moradores com esse perfil. “No grupo tem pessoas capacitadas, que já são atuantes em movimentos sociais”, enfatiza.
Carolina Pitol, assim como a companheira de partido, também criou um grupo que articula sua campanha e atuará de forma voluntária no mandato. Mas, nesse caso, a diferença é que se trata de 40 mulheres. “Queremos defender os direitos das mulheres, promover a representatividade feminina. Temos que dar voz às mulheres de Vila Velha”, defende.

Carolina afirma que o grupo identificou entre as principais reivindicações das mulheres do município ações de combate à violência doméstica e investimento em creches, para que as mães possam atuar no mercado de trabalho. A candidata da Rede afirma que não há mulheres trans, mas que está aberto à participação delas, e que o grupo pretende, caso a candidata seja vitoriosa nas urnas, atuar com recortes que contemplem, por exemplo, mulheres negras e rurais.


Em Vitória, há outra proposta de mandato coletivo, porém, diferentemente de Camila Valadão, Brenda Lau e Carolina Pitol, a proposta é de que a vereança seja exercida por quatro mulheres. A ideia veio da candidata Drica Monteiro (Cidadania), que compartilhará seu mandato com as estudantes Mirela Frois, Raquel Nurse e Lorena da Silva, todas de comunidades populares. Uma semelhança da proposta das candidatas do Cidadania com as do Psol e da Rede é a criação de um conselho deliberativo por meio do qual lideranças populares poderão debater os projetos da Câmara, para que as decisões possam ser tomadas coletivamente. 

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