Com a as convenções partidárias entrando na sua reta final, os meios políticos observam nos últimos movimentos o recrudescimento da disputa indireta entre o governador Paulo Hartung (PMDB) e o ex-governador Renato Casagrande (PSB). Observa-se uma investida palaciana mais forte para tentar desmobilizar palanques que já pareciam fechados com o socialista.
Exemplo disso é a articulação na Serra. Voltou a circular a notícia sobre uma possível candidatura de Bruno Lamas (PSB) à prefeitura do município. A movimentação, porém, seria uma resposta à articulação do PMDB de aproximação com palanque de Audifax Barcelos (Rede). A vice de Audifax estava prometida à ex-secretária de Educação da Serra Márcia Lamas, mas a entrada do PMDB no jogo político pode desmanchar esse acordo que já parecia consolidado.
A situação já não vinha boa desde que um movimento da Rede de tentar sair do campo de alianças entre os dois partidos, após conversas entre a presidenciável Marina Silva e o ex-governador Renato Casagrande.
Desde então o PSB vinha cobrando um envolvimento mais efetivo do prefeito da Serra, Audifax Barcelos, para que a Rede cumpra o combinado no acordo, já que em outros locais havia rebeldia, como aconteceu em Vitória, com Gustavo De Biase buscando conversa fora do palanque de Luciano Rezende (PPS), apoiado pelo PSB. E em Guarapari com a saída da Rede do palanque do socialista Gedson Merízio.
A saída de Luiz Paulo Vellozo Lucas da disputa na capital abriu espaço para a consolidação no Estado da parceria nacional entre PSDB e PPS e isso abre uma brecha para que o governador Paulo Hartung possa tentar melar a principal articulação de Renato Casagrande na eleição deste ano. Os tucanos estariam caminhando para o palanque de Luciano Rezende e pedindo a vice, um posto que já estava consolidado com a indicação de Sergio Sá (PSB) para a vaga.
Casagrande também reagiu e de forma surpreendente. Afinal, o ex-governador fechou acordo com o vice-líder do governo na Assembleia, deputado estadual Erick Musso (PMDB), que disputará a eleição a prefeito de Aracruz ao lado do PSB, o que foi visto como uma resposta às investidas palacianas para desmobilizar os palanques socialistas.
O ex-governador conseguiu surpreender os meios políticos ao pôr em prática uma estratégia mais agressiva, conseguindo costurar palanques em municípios que pareciam improváveis, como em Aracruz, por exemplo.
Mas para os observadores do processo eleitoral, isso só se sustentará se Casagrande conseguir neutralizar a investida palaciana em Vitória. Ele precisa manter a vice no palanque de Luciano Rezende a qualquer custo. Caso contrário, a perda de território em Vitória, que é o epicentro do processo eleitoral especialmente da região metropolitana, poderá ter um efeito dominó e pôr em risco outras articulações estratégicas às pretensões do socialista, que está no jogo de 2016, mas com um olho pregado no tabuleiro de 2018.