Ganhou força nos meios políticos a aproximação entre o governador Renato Casagrande e o seu antecessor, o ex-governador Paulo Hartung (PMDB), principalmente depois da reunião do Conselho de Desenvolvimento Social do Estado do Espírito Santo (Codes), na última sexta-feira (27). A unanimidade palaciana pode provocar a neutralidade de alguns aliados do governador, caso do prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS).
A ideia de reeditar a unanimidade que deram os dois mandatos a Hartung e elegeu Casagrande já vinha sendo observada, mas o encontro dos dois fortaleceu a movimentação. Mas para os observadores será muito difícil fazer com que Hartung e Luciano Rezende dividam o mesmo palanque eleitoral.
Antigos aliados, o prefeito e o ex-governador têm relação estremecida desde a eleição do ano passado. No final de novembro, o PPS regional, depois de reeleger Luciano Rezende para a presidência estadual, aprovou o indicativo de apoio à candidatura de Eduardo Campos, correligionário de Casagrande à presidência da República. Posição abonada pela nacional no início deste ano.
Esse posicionamento coloca Luciano Rezende como um dos principais apoiadores do palanque de Renato Casagrande no Estado e garante o espaço político do presidenciável socialista em terras capixabas. Mas com a aproximação de Casagrande e Hartung, o prefeito de Vitória deve ficar neutro na disputa.
Para os meios políticos, essa movimentação pode não ser a mais acertada do governador, já que Rezende é prefeito da Capital e tem prestígio político em crescimento. Já Hartung, que apoiou o palanque derrotado de Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), em 2012, tem sofrido queda de capital eleitoral na Capital desde que deixou o governo.
Ao se unir a Hartung, Casagrande também pode perder o apoio do PT, já que a nacional do partido quer um espaço para a candidatura da presidente Dilma Rousseff em um palanque fora do grupo de Casagrande. Além disso, o partido tem interesse na disputa ao Senado e com a unanimidade retomada, o espaço seria reservado a Hartung e não ao PT.