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Para Casagrande, Hartung está criando uma ‘nova farsa’ ao se aproximar do PSB

O ex-governador Renato Casagrande, secretário geral da executiva nacional do PSB e presidente do Instituto João Mangabeira, rebateu as declarações do secretário de Agricultura Octaciano Neto, que repercutiu a reportagem do jornal Valor Econômico (06/09/17) em que o governador Paulo Hartung (PMDB) admite que pode se aproximar do PSB num eventual projeto político com o ex-ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. 
 
Casagrande reagiu a essa tentativa de movimentação do governador que disse não ver dificuldade em uma aproximação ou mesmo uma filiação ao PSB. Para socialista, o histórico do governador mostra que a movimentação não se sustenta. Ele afirmou que Hartung criou nos primeiros três anos de seu governo uma “farsa” de que ele, Casagrande, havia “quebrado o Estado”. Essa farsa, rebate Casagrande, teria sido “desmontada a partir da aprovação de suas contas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCES). Para o ex-governador, Hartung está criando uma “nova farsa, uma dissimulação”, ao aventar a possibilidade de composição para uma chapa presidencial se movimentando em direção ao PSB. 
 
“Esse é um comportamento empoeirado da velha política. Com essa proposta [de Hartung na vice de Joaquim Barbosa], corremos o risco de ter implementado no País um projeto, como ele mesmo [Hartug] fala, populista e desequilibrado”, disse. 
 
Sobre a afirmação dos interlocutores do governo, de que a união das lideranças em prol de um projeto nacional é mais importante que as questões locais, o ex-governador afirmou que o discurso de Hartung e seu grupo não condizem com a prática, já que o tempo todo o governador articula politicamente em prol de sua “paróquia”. Para Casagrande, “palavras aceitam tudo, mas as palavras vão com o vento e o que fica são os exemplos e, embora tenha palavras bonitas, a prática do governador Paulo Hartung pode ser avaliada por seu histórico de movimentação em torno de seu próprio grupo”, explicou. 
 
O socialista disse ainda que as conversas do PSB com Joaquim Barbosa não foram na direção de uma construção de candidatura ou filiação, mas parte de uma agenda de debate do partido, que também já incluiu debates com lideranças do PSDB, do PDT e da Rede. Por enquanto, garante, não há uma tendência ou preferência, apenas avaliação de cenário. Na próxima semana, o Instituto João Mangabeira lançará suas diretrizes para o processo eleitoral de 2018, que vai nortear a agenda de discussão de um projeto nacional. Segundo Casagrande, a ideia é construir uma proposta de governo para o País e não um projeto personalista. A decisão sobre o caminho que o partido tomará em nível nacional, porém, só deve sair em março do próximo ano. 
 
Questionado se uma aproximação entre seu grupo e o Palácio Anchieta estaria descartada, o socialista afirmou que, em sua visão, neste momento, sim. “Nós defendemos uma democracia de alta intensidade e isso é tudo que este governo não é. Esse governo é liberal e conservador, pensa muito em responsabilidade fiscal, mas não tem responsabilidade social. Na prática política abre muitas janelas, mas não se posiciona”, afirmou. 
 
Já em relação às mensagens cifradas do governo sobre os encontros de lideranças nos municípios, antecipando o debate eleitoral, Casagrande afirmou que o momento de debater a conjuntura política do Espírito Santo e Nacional é esse. Embora entenda que não é o momento de se colocar candidaturas em debate, mas é preciso debater com a população do Estado o que é necessário para a construção de um projeto político para o próximo ano. 
 
Ele disse que ficou os dois anos e meio afastado, porque entende que um ex-governador precisa dar espaço para a movimentação do atual governador, mas que de abril para cá, começou a discutir o processo político com lideranças locais. Neste sentido, Casagrande vem intensificando seu projeto ao lado da senadora Rose de Freitas (PMDB) e fomentando o desejo de uma caminhada conjunta dentro das diretrizes do que o grupo pensa para o Estado, projeto esse que não cabe aproximação com o Palácio Anchieta.

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