Segunda, 29 Abril 2024

Parceria entre PSB e PT pode estar com os dias contados

As últimas movimentações políticas do PSB nacional deixam claro que a relação do partido com o PT azedou de vez. A vinda do primeiro-secretário geral do partido, Carlos Siqueira, ao Estado, teve a intenção de dar um recado ao PSB capixaba e ao governador Renato Casagrande: o casamento com o PT acabou. O próximo passo seria definir a data do rompimento oficial e arranjar uma nova noiva, que já teria até nome: PDT.
 
Siqueira, no encontro com lideranças capixabas no último sábado (28), em Vitória, não economizou nas críticas ao PT e ao governo da presidente Dilma Rousseff. Ele reafirmou que a candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, à Presidência da República é irreversível. 
 
Siqueira foi além. Depois de descartar o PT, o secretário-geral do partido adiantou que Eduardo Campos deve ter um nome do PDT como vice, dando a entender que a tendência é que a parceria PSB-PDT cresça em todo o país. 
 
A vinda de Siqueira ao Estado, a mando do presidenciável pernambucano, também serviu como um “puxão de orelha” no governador Renato Casagrande, que vem publicamente se colocando contrário aos planos presidenciais do colega socialista e reafirmando o apoio ao governo da presidente Dilma. Pelo menos esse era o discurso de Casagrande antes do povo tomar as ruas e a presidente assistir sua popularidade despencar nas pesquisas. 
 
As palavras do presidente regional do PT, José Roberto Dudé, rebatendo o secretário-geral do PSB, também deixam explícito o desgaste ente os dois partidos. Dudé, em declaração ao jornal A Gazeta (29/07), chamou Siqueira de irresponsável. “O dirigente do PSB que veio aqui talvez seja desinformado ou então não sabe do que está falando”, criticou Dudé. 
 
Nenhuma coisa nem outra. Carlos Siqueira fez uma reunião formal com as lideranças capixabas e sabia exatamente sobre o que estava falando. Ele veio avisar que o PSB está de malas prontas para deixar o governo Dilma (hoje o partido ocupa a Ministério dos Portos); que há um lugar cativo para o PDT disputar a vice-presidência ao lado do PSB; e que a candidatura de Eduardo Campos é irreversível. Esse último recado, em especial, foi para o governador Renato Casagrande, que não compareceu ao encontro, alegando que já tinha compromissos no interior. 
 
Embora Casagrande ainda não admita publicamente que o PT esteja próximo de desembarcar da base do governo, é patente que a relação entre os dois partidos esfriou, ou melhor, congelou, principalmente após a bancada petista votar, pela primeira vez, contra o governo e a favor do projeto do deputado Euclério Sampaio (PDT), que propunha o fim da cobrança do pedágio na Terceira Ponte. 
 
Apesar de a relação estar por um fio, algumas lideranças petistas ainda se agarram desesperadamente ao trem de Casagrande tentando chegar mais longe. Elas sabem que se descerem agora ficarão perdidas no meio da estrada deserta. 

Veja mais notícias sobre Política.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Segunda, 29 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.seculodiario.com.br/