O sonho de construir uma carreira política pode acabar logo no começo. A principal barreira é criada pelos que já estão no cenário e não abrem espaço para possíveis concorrentes.
No Espírito Santo, na atual fase de acomodações partidárias, quando é definida a montagem de chapa para concorrer à Assembleia Legislativa, o Podemos, antigo PTN, e o PSB tentam se harmonizar com as pretensões de novos filiados, a fim de manter o equilíbrio e, assim, evitar a debandada.
O PSB, do ex-governador Renato Casagrande, porém, já conta com dois deputados na Assembleia, Bruno Lamas, da Serra, e Eustáquio de Freitas, de São Mateus.
Bruno Lamas disputa a reeleição e já tem pela frente um concorrente de peso. Trata-se de Vandinho Leite, secretário estadual de Ciência e Tecnologia, ex-deputado estadual e ex-vereador, além de bem votado à Câmara dos Deputados em 2014, ficando sem a cadeira apenas por conta do coeficiente eleitoral.
Ele é do município da Serra, mesmo reduto eleitoral de Lamas, e forte postulante a uma cadeira na Assembleia em 2018, com lugar garantido na disputa e ampla chance de vitória, considerando o apoio de Hartung.
Como o partido dificilmente fará mais do que dois deputados estaduais, a briga pela vaga atinge o deputado Freitas, que, no entanto, leva vantagem sobre os novatos.
O mesmo cenário é observado no Podemos, do senador curitibano Álvaro Dias, controlado no Estado pelo prefeito de Viana,Gílson Daniel. Sigla pequena, conta com um único representante na Assembleia, o deputado Hudson Leal, candidato à reeleição, considerado com vaga garantida.
Contando com uma baixa densidade eleitoral, o partido segue o rumo traçado pelo Palácio Anchieta, depois que Gilson Daniel trocou a senadora Rose de Freitas (PMDB) pelo governador Paulo Hartung.
Nesses dois partidos, os novos filiados têm pouca chance de terem os nomes aprovados para uma vaga na disputa de outubro. Quem já está por lá, quer ver as portas fechadas.