O deputado federal Paulo Foletto, presidente estadual do PSB, está na lista de parlamentares que descumpriram a decisão da Executiva do partido e que correm o risco de expulsão da sigla. Ele votou a favor da reforma trabalhista, aprovada nessa quarta-feira (26) na Câmara dos Deputados.
A Executiva Nacional do PSB decidiu fechar questão contra as reformas trabalhista e previdenciária em tramitação na Câmara dos Deputados. A decisão foi tomada em reunião na noite desta segunda-feira (24), em Brasília. O partido chegou a pôr à disposição o Ministério das Minas e Energia, que ocupa no governo de Michel Temer.
Sobre a reforma trabalhista, o colegiado ratificou por 20 votos a cinco uma resolução aprovada no XIII Congresso Nacional do partido, em 2014, contrária a “qualquer reforma trabalhista que promova a diminuição dos direitos conquistados, a precarização e que estabeleça supremacia do negociado sobre o legislado”.
Mesmo assim, Foletto votou contra a orientação do partido. E não está sozinho, na verdade metade da bancada votou a favor da reforma. Por isso, os 15 dos 30 parlamentares do PSB devem enfrentar o conselho de ética do partido. Os deputados chegaram a recorrer da decisão da Executiva, mas ela foi ratificada em reunião nessa terça-feira.
Chamou atenção a mudança de comportamento do deputado em tão pouco tempo, já que na segunda-feira, o deputado publicou em sua página no Facebook um texto em que parecia concordar com a decisão tomada pela Executiva do partido.
“O deputado Foletto defensor de avanços nas relações de trabalho e na gestão previdenciária já tinha se manifestado contrário a qualquer texto que suprimisse direitos dos trabalhadores. Para Foletto, toda e qualquer modernização neste sentido não pode prejudicar o assalariado”, diz a postagem.
O deputado não parece ter gostado da imposição da nacional. O discurso desta quinta-feira foi bem diferente, Foletto disse à imprensa que sempre defendeu a necessidade de reforma porque o mundo do trabalho mudou. A reação, porém, parece ser voltada ao presidente nacional do partido, Carlos Siqueira, a quem criticou por não ter voltado atrás na decisão de segunda.
No PDT, o deputado Carlos Eduardo Cadoca (PE) será expulso por ter votado a favor do projeto de reforma trabalhista no Plenário da Câmara. A informação veio do presidente do partido, Carlos Lupi.