Com a reação do mercado político capixaba às articulações do ex-governador Paulo Hartung (PMDB) com o ex-presidente Lula, em nome do PT nacional, para a construção de um palanque alternativo ao governo do Estado, o peemedebista está pondo em prática um “plano B” para o fortalecimento de sua candidatura.
A impressão da classe política é de que o ex-governador tenta erguer uma candidatura a qualquer preço, mas esbarra na resistência do PT capixaba, que cobra da direção uma manutenção do apoio ao palanque palaciano. No PMDB, a bancada na Assembleia, em sua maioria, defende a aliança com Renato Casagrande.
Já o senador Ricardo Ferraço (PMDB), diante de um novo revés em sua expectativa de disputar o governo do Estado, estaria se afastando cada vez mais do ex-governador. Isso porque uma eventual vitória de Hartung abriria espaço para que ele possa disputar a reeleição em 2018, o que não aconteceria com Casagrande, que teria apenas mais quatro anos de governo.
Neste sentido, Hartung vem buscando aproximação com seus antigos aliados. O DEM já estaria dentro do contexto, alinhavando uma aliança com o palanque do PMDB. O problema estaria na conversa com o PSDB.
A tendência que corria no mercado político era de que, dadas as resoluções nacionais tanto do PT quanto do PSDB, a ida dos petistas para o grupo de Hartung abriria caminho para uma conversa entre os tucanos e o palanque do governador Renato Casagrande.
Mas o ninho tucano está dividido em relação à sua posição na disputa. De um lado estaria o deputado federal César Colnago, que precisa costurar um palanque de reeleição para a Câmara. Do outro lado está o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas, que não estaria nada favorável a um acordo com o palanque peemedebista. Afinal, se a costura com PT e PDT se confirmar, ele ficaria sem espaço no palanque peemedebista.
Mesmo com uma base aliada ampliada, porém, Casagrande correria um risco grande ao tentar manter o PMDB em seu palanque. Ao insistir na lealdade do antecessor, o governador pode acabar liberando forças que estão concentradas em favor de sua reeleição. Exemplo disso é a conversa que começa a se colocar com o senador Magno Malta (PR), desafeto de Hartung.