Uma história com ar de “vale a pena ver de novo”. Apesar de ter mudado de partido, o que tiraria o ex-deputado Paulo Roberto (PMDB) da lista de suplentes da Assembleia, uma manobra política deve garantir o retorno dele à Casa em 2013. Um acordo costurado pelo governador Renato Casagrande garantiria o drible na legislação eleitoral.
A diferença no retorno de Paulo Roberto à Assembleia é que, dessa vez, ele está do outro lado do balcão. Se em 2008 conseguiu a vaga cobrando a infidelidade partidária de outro deputado, agora é a sua infidelidade que está em jogo e que será driblada na Justiça Eleitoral.
Em 2010, Paulo Roberto, na época filiado ao PMN, disputou a reeleição para a Assembleia, mas ficou na suplência da coligação, que também era formada por DEM-PPS-PSDB. O ex-deputado, porém, migrou para o PMDB, o que pela nova regra de fidelidade partidária lhe tiraria o direito de assumir a vaga aberta após as eleições deste ano, que tiraram do plenário cinco deputados, eleitos nas disputas municipais.
Isso porque o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF) é de que a vaga pertence à coligação e não ao candidato. Neste caso, quem deveria assumir a vaga seria o vereador reeleito de Colatina Omir Castiglioni, do PSDB.
O ninho tucano estaria, inclusive, preparado para reivindicar a vaga, mas o acordo palaciano deve garantir a vaga para Paulo Roberto. E mais, o governador Renato Casagrande ainda tenta um retorno de Paulo Roberto ao PMN. Se conseguir, o partido que hoje não tem representação na Casa ficará com duas vagas. Se Paulo Roberto permanecer no PMDB, reforçará a bancada que hoje é a maior da Casa, com seis deputados.
A chegada de Paulo Roberto para seu primeiro mandato, em 2008, também se deu pela Justiça. O então deputado estadual Jardel dos Idosos teve o mandato cassado por infidelidade partidária pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Naquele momento o primeiro suplente do deputado, era o então ex-vice-prefeito de São Mateus Paulo Roberto Ferreira, autor do pedido de cassação contra Jardel.
A chegada dele à Casa resultou, de cara, na sua nomeação como líder do governo, criando no mercado político a ideia de que houve uma manobra para tirar Jardel do Legislativo em troca da inclusão de Paulo Roberto, aliado do ex-governador Paulo Hartung (PMDB).