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PEC da Reeleição da Mesa Diretora não deve sair antes do recesso parlamentar

Depois da movimentação inicial, o tema da reeleição para a Mesa Diretora da Assembleia parece ter sido posto no congelador na Casa, mas a PEC 09/2014, que trata do assunto, continua seguindo a tramitação normalmente. Na sessão dessa quarta-feira (19), foi lida em segunda sessão. Quando acabar a discussão prévia, na próxima semana, seguirá para as comissões permanentes para ser analisada. 
 
O clima para sua aprovação, porém, não é dos melhores. Alguns deputados acreditam que o projeto não será aprovado até o recesso parlamentar e a menos que haja alguma sessão extraordinária para discutir o assunto, durante o recesso, não será possível que a nova regra seja valida para a próxima eleição da Mesa Diretora, que acontecerá no início de fevereiro de 2015. 
 
A tramitação de PEC é um processo demorado, pois não pode ser pedida urgência na análise, além disso, o projeto deve ser votado em dois turnos com quórum qualificado. No plenário, uma pressão para que a PEC transite mais rapidamente poderia trazer desgaste, já que a Casa tem acordo para não acelerar votações neste período de transição.
 
Assim, ficaria valendo a regra atual, com a emenda constitucional aprovada em 2003, que impede a reeleição dos membros da Mesa Diretora. Isso tiraria da disputa o atual presidente da Casa, Theodorico Ferraço (DEM). 
 
A PEC foi uma forma de um grupo de deputados mandar um recado para o governo que começa de que quer manter um grau de negociação com o Executivo nos assuntos, que se referem ao Legislativo. Mesmo dizendo que não tinha interesse na recondução, os deputados estaduais acreditam que Ferraço seria o nome em mais condições de manter uma relação com o Executivo em um nível que não colocasse a Assembleia sob o controle do governo. 
 
Caso ele não venha a disputar, cria-se um vazio na disputa. A nova Assembleia não tem entre seus quadros nomes com a mesma envergadura de Ferraço para travar um diálogo com o Executivo em um nível menos desigual. Ganha fôlego, então, a expectativa de que haja uma ingerência muito grande do governador no processo, como aconteceu nas quatro disputas pela Mesa Diretora que se deram no governo Hartung.
 
O primeiro presidente da Assembleia na Era Hartung foi Claudio Vereza (PT), depois de uma manobra para a derrubada do deputado escolhido pelo Plenário, Geovani Silva. Seu sucessor foi César Colnago (PSDB), também com uma manobra que esvaziou a candidatura de Mariazinha Vellozo Lucas. 
 
Colnago foi sucedido por Guerino Zanon (PMDB), como uma forma de gratidão do então governador, pelas manobras internas do peemedebista no período da filiação de Hartung ao PMDB, pelo qual concorreu à reeleição, e a tomada da sigla pelo grupo do governador. Em seguida foi o deputado estadual Elcio Alvares (DEM) que assumiu a presidência, intensificando o processo de submissão ao governo.
 
Para os meios políticos, o presidente ideal para Hartung seria Elcio Alvares, o que justificaria a enxurrada de recursos na reta final da campanha do demista. Mas, como o parlamentar ficou bem distante da reeleição, o nome que mais se aproxima do perfil desejado por Hartung é Guerino Zanon. Mas as circunstancias são outras.
 
Depois da eleição de 2006, Hartung chegou a declarar que não queria um presidente que tivesse interesses na disputa municipal, o que deixaria de fora da disputa pela presidência o ex-prefeito de Linhares e favorito na corrida municipal, Guerino Zanon. 
 
Em sua passagem pela presidência da Assembleia, Zanon deixou o cargo com pouco mais de um ano de gestão para se dedicar à campanha municipal e deixou a Casa sob o comando de Luzia Toledo.  
Nos meios políticos, há quem aposte em uma repetição deste cenário, mas as circunstancias hoje são outras. Zanon fez um esforço grande para ser o mais votado, mas chegou em quinto na disputa eleitoral, além disso, os deputados mais antigos na Casa não têm boas lembranças da gestão de Zanon, por isso, para que ele seja o presidente terá que aparar arestas. 
 

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