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Perfil fechado do PSB contribuiu para o insucesso dos candidatos do partido

Se no cenário nacional a precipitação e as escolhas equivocadas do PSB favoreceram o encolhimento do partido, o perfil fechado da sigla no Espírito Santo é apontado nos meios políticos como um dos motivos do insucesso do partido na eleição deste ano. Sem grandes estrelas em seus quadros, o partido não conseguiu se fortalecer para a disputa.
 
O PSB capixaba sempre teve um perfil bastante fechado, mantendo uma postura de partido pequeno, que orbitava a figura de Renato Casagrande. Depois da ascensão do socialista ao governo do Estado, uma enxurrada de lideranças buscou filiação no PSB, que manteve o duro critério de seleção que sempre adotou no Estado.
 
As novidades para a disputa deste ano foram Vandinho Leite e Glauber Coelho, vindos da debandada do PR em meados de 2013. Nem mesmo o ex-prefeito de Vila Velha, Neucimar Fraga, conseguiu se filiar ao partido, por reclamação de lideranças do PSB, que não queriam uma liderança que desequilibrasse o peso político dos demais. O mesmo aconteceu com o também ex-prefeito de Vila Velha Max Filho, que tinha preferência para migrar para o PSB, mas teve que se contentar com PSDB
 
Até 2012, o partido foi comandado por Macaciel Breda, que conseguiu um desempenho satisfatório nas eleições municipais. O partido passou de 13 para 22 prefeitos no Estado. Mas com a proximidade do pleito estadual, a relação de Macaciel com os prefeitos incomodou lideranças mais antigas e a presidência do partido foi entregue a Luiz Carlos Ciciliotti. 
 
O partido foi para a eleição com um bom contingente de candidatos a deputado estadual, mas isso não garantiu o capital político necessário para que o desempenho dos quadros fortalecesse as suas chapas. O resultado ficou bem distante do esperado. Além de não ajudarem a reeleger o governador Renato Casagrande, elegeu apenas dois deputados estaduais – mesmo desempenho de 2010 – e diminuiu a representação na bancada federal. 
 
Na eleição passada, o partido elegeu dois deputados federais – Audifax Barcelos, que foi o mais bem votado do Estado, e Paulo Foletto – este ano só reelegeu Foletto, embora a eleição de Vandinho Leite não aconteceu por causa da soma da legenda. 
 
Muitos candidatos apostaram no peso da máquina em suas campanhas, mas isso não aconteceu. Apesar de o governo ter feito investimentos pesados no interior do Estado, isso não se refletiu em votos. As urnas de 5 de outubro exemplificam o fraco desempenho do PSB, sobretudo no interior do Estado. O governador Renato Casagrande, por exemplo, venceu somente em quatro municípios do interior: Castelo, Alto Rio Novo, Barra de São Francisco e Ecoporanga. 
 
Outro fenômeno que teve influência nos candidatos proporcionais do PSB foi o clima de “já ganhou” envolvendo a candidatura de Paulo Hartung (PMDB), que fez com que muitos socialistas, especialmente os prefeitos, abandonassem a candidatura majoritária no meio do processo eleitoral.

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