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Permanência do PT no governo não depende de destino partidário de Hartung

A decisão do PT capixaba em proteger os cargos que o partido tem no governo e protelar a decisão sobre a saída ou não da sigla do governo do Estado, o que mantém a aliança com o governador Paulo Hartung (PMDB) é lida pelos meios políticos como uma forma de avaliar os próximos passos desse compromisso mútuo.

A ida de Hartung para o PSDB poderia inviabilizar uma parceria oficial para a disputa de 2018, já que a que a nacional do PT impede alianças com lideranças tucanas nas disputas dos Estados, devido ao embate das duas siglas. Mas essa não parece ser a preocupação das lideranças petistas do Estado, tão pouco do governador, que sempre teve um bom nível de influência sobre os atores do partido a ele ligados.

Essa justificativa tucana para o debate dentro do PT não convence, já que independentemente do destino partidário de Hartung, o governo do Estado ficará nas mãos do tucano César Colnago, a partir de abril de 2018, quando Hartung deve se desincompatibilizar do cargo para disputar uma vaga ao Senado. Neste sentido, a permanência do PT no governo do Estado ficaria inviabilizada de qualquer maneira. Essa decisão deve sair mesmo só no limite da discussão, em 2018.

A aliança do PT com Hartung vem desde 2002 e o partido sofreu altos e baixos neste período. Embalado pela ascensão de Lula à presidência da República, o partido cresceu no Estado, chegando a conquistar quatro grandes prefeituras, entre elas a Capital, com João Coser. Hoje, porém, essa parceria já não garante grandes vantagens para o partido.

Quando o grupo majoritário partido, ligado a Coser, após a eleição de 2014, decidiu permanecer no apoio a Hartung, parte da militância foi contra. Novamente, quando houve o apoio do PMDB ao impeachment da presidente Dilma e nenhuma defesa de Hartung à petista, novamente parte das lideranças questionou a aliança do PT com Hartung à Nacional, mas nada disso inviabilizou a parceria, que é alinhavada entre o grupo de Coser e o governador.

Coser deve deixar o governo em breve para participar do processo de eleição direta do PT capixaba e pretende correr o Estado para tentar “reconstruir” o partido nos moldes de Lula em relação ao PT nacional. Essa reconstrução, porém, não ficará livre da influência do governador, que trabalha com a sigla como uma força auxiliar ao seu projeto político no Estado, mesmo que isso signifique fortalecimento para algumas lideranças apenas, aquelas que fazem parte do grupo de Hartung.

Neste sentido, embora haja a restrição de parceria futura nos acordos oficiais, as alianças informais devem ser mantidas. Como aconteceu em 2014. O governador tinha uma aliança formal com o PSDB, que lhe ofereceu o vice, César Colnago. A candidatura ao senado do palanque era a da senadora Rose de Freitas (PMDB). Mas Hartung acabou fazendo dobradinha não-oficial com Coser. Em troca, o candidato do PT na disputa ao governo, o ex-deputado estadual, Roberto Carlos, fez uma participação nada incisiva sobre a candidatura de Hartung ao governo.

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