De saída do PSB, do ex-governador Renato Casagrande o prefeito da Serra, Audifax Barcelos, é a liderança capixaba que mais parece ter se esforçado para a criação do partido da presidenciável Marina Silva, Rede Sustentabilidade.
Mas, caso o partido não consiga o aval do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até o fim de setembro, o prefeito já teria um plano “B” para disputar a eleição de 2016, longe do partido de Renato Casagrande. Em outubro haverá a janela partidária para que as lideranças possam mudar de partido. Como a eleição será em outubro do próximo ano e o candidato deve estar filiado a pelo menos um ano para entrar na disputa, Audifax deve escolher bem sua nova casa para estar no jogo de 2016.
Ele estaria conversando com lideranças do PMDB, do governador Paulo Hartung, em busca de um espaço na legenda para abrigá-lo. Mas essa não é uma manobra tão simples. Nos meios políticos, o comentário é de que Hartung não quer Audifax em seu grupo, mesmo ele tendo demonstrado interesse de se afastar do PSB e de Casagrande.
Hartung entende que deve reconhecimento ao esforço do deputado federal Sérgio Vidigal (PDT) em favor de seu palanque na disputa de 2014. Embora o PDT estivesse coligado na proporcional com o PT, na disputa majoritária, Vidigal esteve ao lado de Hartung na disputa.
Por isso, se apoiar alguém na Serra, Hartung vai estar no palanque do pedetista. Audifax, porém, tem cartas na manga. Seu líder na Câmara é o vereador Luiz Carlos Moreira, que tem “tamanho” estadual dentro do PMDB.
Como a filiação acontece na municipal e não na estadual, assim como as articulações para a disputa à prefeitura, Audifax pode driblar a indisposição de Hartung com o apoio de Moreira. Mesmo sem nunca ter entrado em rota de colisão com o peemedebista, o prefeito não está conseguindo uma aproximação com o Palácio Anchieta.
As movimentações das lideranças da Serra têm provocado reflexos na Câmara de Vereadores. O Solidariedade que conquistou a maior bancada da Casa, angariando depois do pleito de 2012, vereadores de vários partidos, sofreu uma debandada. A primeira a pular fora foi a presidente da Casa, Neidia Pimentel, que em fevereiro se filiou ao PSD.
Agora, quatro vereadores deixaram o partido: Raul Cezar Nunes, Rodrigo Caldeira, Jorjão e Marcos Tongo. Tongo foi convidado a se filiar ao PSB, Cezar Nunes pode voltar ao PDT, partido pelo qual se elegeu. Os demais ainda analisam o cenário.
Eles terão destinos diferentes daqui pra frente, mas a alegação para a saída do partido do deputado federal Carlos Manato foi uma só. Os vereadores se sentiram abandonados pelo partido após terem aderido à base do prefeito Audifax.
Há casos também em que os partidos não querem os vereadores. É o caso do PTdoB, que acusa o vereador Alexandre Xambinho de não ser fiel ao partido. Quem também já teria sido convidado a se retirar dos quadros de filiados é o Antônio Boy do INSS, cujo desempenho não está agradando o PSB.