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​Policiais antifascistas afirmam que Bolsonaro potencializa a morte

Grupo de policiais, como o capitão Souza, participou da manifestação do último sábado no Estado

“A irresponsabilidade e a inércia do presidente Bolsonaro catalisam o potencial de mortalidade da pandemia em escala geométrica”, aponta documento do Movimento Nacional de Policiais Antifascismo, um dos apoiadores das mobilizações populares contra o governo federal. O grupou participou da manifestação do último sábado (19) no Espírito Santo, que reuniu cerca de oito mil pessoas só em Vitória.

A postura de parte dessa categoria, sinalizada como uma das mais próximas a Jair Bolsonaro, confirma a queda da aprovação presidencial junto a setores tradicionalmente alinhados, entre os quais já se incluem, também, os evangélicos, como revelam pesquisas de opinião divulgadas em maio deste ano.

“Como se não bastassem as mortes por Covid-19, mais de 20 milhões de brasileiros são privados de variadas necessidades básicas e sofrem com a tragédia da fome, num processo que se intensifica desde o golpe político-midiático contra o governo Dilma Rousseff, e necessitam de um auxílio efetivo do governo federal, sempre negado por Bolsonaro”, acrescenta o texto, publicado em redes sociais.

O movimento dos policiais lamenta que “apesar da falácia da preocupação com o desemprego, quase nada tem feito em relação a manutenção deles, que chegam ao número de 15 milhões de mães e pais de famílias sem trabalho, e para mitigação dos efeitos da pandemia”, e destaca: “É fato registrado que, quanto maior o tempo de permanência de Bolsonaro no poder, mais as mortes, o desemprego e a fome recrudescerão”.

O capitão Souza, que foi candidato a vice-prefeito de Cachoeiro de Itapemirim pela Rede, na chapa com o PT, integrante do movimento no Espírito Santo, mantém o mesmo discurso da época eleitoral, contrário ao governo federal e a favor de uma reforma no sistema de segurança pública: “Segurança não se faz com o discurso fascista de matar bandido; e sim com valorização profissional, educação integral e geração de emprego para juventude”.

O movimento nasceu em 2020, no Rio de Janeiro, com linha de atuação visando um “campo de atuação política, não institucionalizada e suprapartidária, formado por trabalhadoras e trabalhadores do sistema de segurança pública, representados por policiais civis e militares estaduais e federais, bombeiros, guardas municipais, agentes penitenciários e do sistema socioeducativo”.

No manifesto, os policiais pontuam que “o fascismo é um modo de vida, que se manifesta como reação violenta de ódio às diferenças. Ele aponta a guerra, as armas e o sistema penal como solução para problemas sociais, esvaziando as ações politicas que efetivamente podem realizar transformações sociais”.

O movimento se coloca “como uma força viva contra estas manifestações, na perspectiva da construção de uma política de segurança pública democrática e pautada na garantia dos direitos humanos para todos” e afirma que “os policiais devem ser construídos como trabalhadores, com reconhecimento do direito de greve, de livre associação, de livre filiação partidária, bem como o fim das prisões administrativas são marcos nesta luta contra a condição de subcidadania à qual muitos estão submetidos”.

O movimento destaca: “Não estamos em guerra! Qualquer tentativa midiático-policial de construir tal discurso como política pública tem por objetivo legitimar as políticas racistas de massacre, promovidas pelo Estado contra a população negra, pobre e periférica de nosso país. Tal política belicista acaba também por vitimar policiais, que operam na base das corporações do sistema de segurança, recrutados nos mesmos estratos sociais daqueles que são construídos como os seus ‘inimigos”.

Os policiais antifascistas defendem a desmilitarização da segurança pública e coloca essa questão como um debate a ser feito com urgência, posicionando-se contra a “a participação das Forças Armadas em ações de segurança e em defesa da desvinculação das policias militares estaduais como forças auxiliares do Exército”.

O grupo afirma que é “preciso por fim às politicas de proibição das drogas, que tem servido como dispositivo da militarização da segurança, sob o falso argumento de proteção à saúde pública. As ações militares contra o comércio das drogas ilícitas acabam por gerar um quadro de destruição e de dor, principalmente nas populações pobres. A proibição das drogas mata mais do que o consumo das drogas, revelando assim a irracionalidade deste modelo proibicionista”.

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