A maioria dos deputados federais do Espírito Santo é favorável à autorização da Câmara para que o Supremo Tribunal Federal (STF) analise a denúncia da Procuradoria-Geral da República e investigue o presidente Michel Temer (PMDB) por corrupção passiva. A proposta está em análise na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ). Nessa segunda-feira (10), o deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ) apresentou seu parecer pela admissibilidade.
Entre os parlamentares capixabas, grande parte vai votar a favor pela admissibilidade do inquéritona CCJ: os dois deputados do PT, Helder Salomão e Givaldo Vieira; Jorge Silva (PHS), Carlos Manato (SD), Sérgio Vidigal (PDT). Os deputados Marcus Vicente (PP) e Paulo Foletto (PSB) se dizem em dúvida sobre qual posição tomar. Norma Ayub (DEM) disse que analisaria mais profundamente o voto do relator, mas a tendência é que vote a favor. Dizem que ela quer mesmo eleições diretas.
Foleto ponderou que esperaria a posição do partido, mas seus votos têm sido oscilantes em questões polêmicas, como na aprovação do texto base da Reforma Trabalhista, em que o deputado votou contra a orientação do partido. Quem também está em dúvida é o deputado Marcus Vicente (PP). Evair de Melo (PV) está fora do País e Lelo Coimbra (PMDB), como líder da maioria, vai votar contra o relatório.
Com uma popularidade muito baixa do presidente e a crise política cada vez mais grave, a tendência é que o voto dos deputados seja acompanhado com interesse pela sociedade e pode ter efeito no processo eleitoral do próximo ano, quando os parlamentares estarão em campanha para permanecer na Câmara.
As reformas trabalhista e previdenciária são pontos de cobranças dos deputados federais. Os parlamentares estão sendo cobrados em relação ao posicionamento em relação às mudanças, que não são bem vistas pela população. A posição em relação ao presidente Temer pode ajudar a melhorar o ambiente para os deputados.
Além de votar a favor do projeto, o que pode contribuir para a imagem dos deputados, é o fato de boa parte dos parlamentares defender eleições diretas em vez de um mandato tampão até 2018 que, em caso de derrocada de Temer, seja conduzida pelo presidente da Câmara.