Como se trata de um cargo majoritário e que só estará em disputa em 2018, a filiação partidária de um senador é algo que pode ser discutido, negociado e renegociado à exaustão. Por isso, a classe política entende que o senador Ricardo Ferraço pode ter se precipitado ao acertar sua filiação ao PSDB com tanta rapidez.
Desde o início de 2015, Ricardo Ferraço não escondia sua insatisfação com o PMDB. O cenário nacional foi a justificativa para que o parlamentar reclamasse de sua sigla, mas o fato de ele ter sido atropelado nas articulações para a disputa ao governo do Estado, em 2014, pelo governador Paulo Hartung, também teriam pesado na discussão. Sua ligação e dependência com o governador, porém, evitam qualquer rusga pública e ficou mais fácil jogar para a discussão nacional.
Com o PMDB rachado, metade apoiando a permanência no governo Dilma e a outra parte defendendo o rompimento com o governo, Ricardo Ferraço ganhou destaque à medida que pesava a mão no discurso contra o governo do PT. E quanto mais discursava pela saída do partido pelo governo, mais chamava a atenção do senador Aécio Neves (PSDB), que precisava reforçar a base em um momento em que o partido se colocava como herdeiro do governo.
Então, em março deste ano, Ricardo Ferraço assinou a ficha de filiação no ninho tucano e desde então se tornou mais um, deixou de ter o destaque que tinha ao ser do grupo de rebeldes da base do governo. Caiu no canto da sereia de Aécio e agora só engrossa a bancada tucana.
Poderia ter ficado sem mandato e hoje não estaria em uma situação difícil. O partido dele tem candidato em Vitória (Luiz Paulo Vellozo Lucas ) e na Serra (Vandinho Leite), mas na Capital se desmancha em elogios ao atual prefeito Luciano Rezende (PPS) e no município vizinho não esconde a amizade e apoio ao deputado federal Sérgio Vidigal.
Poderia ter evitado isso, aumentando sua musculatura e estaria sendo assediado por diversas siglas. Agora vai ter de se contentar com um papel coadjuvante no Senado e com as asas cortadas no processo eleitoral do Estado.
Fragmentos:
1 – O ex-governador Renato Casagrande prossegue com o seu “Na estrada com Casão”. O encontro acontece em Guarapari, com o lançaremos o livro “Estado Presente – Em Defesa da Vida”, na Câmara da Cidade, às 19 horas. O socialista também faz palestra “Cenários Econômicos e Políticos: Os Desafios do Brasil e do Espírito Santo”.
2 – O ex-deputado estadual e pré-candidato a prefeito da Serra, Vandinho Leite (PSDB), tem intensificado a divulgação de seu programa “45 ideias para transformar a Serra”, são temas que serão debatidos no processo eleitoral do município.
3 – O deputado Sandro Locutor (Pros) parece não estar disposto a esperar aproximação com o Palácio Anchieta, não. Tem subido as críticas aos secretários e subsecretários do governo do Estado.