Segundo informações da Procuradoria Regional Eleitoral no Espírito Santo (PRE/ES), a compra de votos foi realizada em diferentes oportunidades, mas sempre se baseava no oferecimento de serviços particulares que eram realizados com maquinário na Prefeitura ou do empresário Paulo Henes de Freitas – também réu no processo –, como caminhão, retroescavadeira e pá carregadeira. Os moradores beneficiados chegaram a receber recibos falsos para o caso de necessitarem confirmar o pagamento do serviço. A negociação com os eleitores deixava claro que o benefício oferecido somente com o objetivo de obter votos para o prefeito.
Durante o período de campanha das eleições municipais de 2016, quando o prefeito foi reeleito, Carlos Henrique se associou aos demais denunciados com a finalidade específica de praticar os crimes de corrupção eleitoral. Ele foi o mentor e principal beneficiário do esquema. Júnior do Salão também acompanhava o prefeito em visita a eleitores, auxiliando na compra de votos. Herivelto, secretário de Agricultura, agiu para ocultar a prática desse mesmo crime entregando recibos falsos dos serviços realizados.
Já o lavrador Ademar Ferreira Dias oferecia e agendava serviços com máquinas para produtores rurais de Irupi com o fim de obter votos para o prefeito. Esses serviços eram realizados com as máquinas de Paulo, que também recebia a metade do valor diretamente dos beneficiados, ficando de receber a outra metade do prefeito Carlos Henrique. Ele também contatava os produtores rurais para oferecer os trabalhos com suas máquinas em troca do voto.
Além da denúncia, a Procuradoria pediu a abertura de inquérito policial para apurar o cometimento de outros crimes durante o processo eleitoral que está em tramitação na Polícia Federal.