Quando iniciou um movimento de retorno à Assembleia Legislativa, o deputado estadual Rodrigo Coelho (PDT) virou alvo de muito debate nos meios políticos. A princípio as lideranças entenderam que o retorno do pedetista seria uma movimentação do governador Paulo Hartung (PMDB) para tirar das mãos de Theodorico Ferraço (DEM) a possibilidade de recondução à presidência da Assembleia pela quarta vez consecutiva. Mas, aos poucos, o plenário entendeu que este era um voo solo do parlamentar.
Coelho chegou a conversar com alguns deputados antes de deixar a Secretaria de Assistência Social, mas não chegava a fazer qualquer tipo de “campanha” com os colegas para levantar sua candidatura. Já naquele momento o pedetista sentiu que haveria resistências ao seu nome, por ser um deputado muito ligado à base governista.
O deputado retornou ao cargo na sexta-feira (2) e participou das sessões ordinárias esta semana, com uma presença bem discreta no plenário. Um dos motivos seria a vigilância constante do atual presidente de suas conversas e ações. Ferraço estaria vendo em Rodrigo a principal ameaça à sua reeleição, embora um grupo de deputados que hoje agrega mais da metade do plenário não estaria interessado em nenhuma das duas candidaturas.
A discrição de Rodrigo Coelho no plenário também parece ser a de respeitar o espaço de Ferraço na Mesa. De um lado está o demista tentando convencer os parlamentares a lhe darem mais um mandado à frente da Casa, do outro estaria Rodrigo tentando iniciar uma lenta e sutil campanha no plenário. Nos bastidores da Assembleia, o comentário é de que os deputados não estão com pressa em resolver a eleição da Mesa, mas que dificilmente um dos dois será o escolhido para os próximos dois anos na presidência da Mesa Diretora da Casa. Além deles, outros dois governistas se movimentam: Gildevan Fernandes (PMDB) e Dary Pagung (PRP), que também seriam nomes descartados pelo grupo de deputados que vem discutindo a sucessão de Ferraço.