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Procuradoria da República vai pedir abertura de inquérito contra Hartung

A Procuradoria-Geral da República (PGR) deve mandar ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), nos próximos dias, uma lista de pedidos de abertura de investigação de nove governadores delatados por ex-executivos da Odebrecht. Entre os investigados está o governador Paulo Hartung (PMDB), acusado pelo ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Júnior, o BJ, de ter pedido e recebido cerca de R$ 1 milhão para as campanhas de aliados em 2010 e 2012.
 
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, junto com os pedidos de abertura de inquérito serão solicitadas diligências a serem executadas pela Polícia Federal. A Folha ouviu ainda magistrados do STJ que relataram ao jornal que podem ocorrer, ao longo da investigação, até mesmo pedidos de prisão temporária ou de suspensão de mandatos envolvendo os governadores citados, isso porque a Constituição não exige que eles sejam detidos em flagrante, como é estabelecido para parlamentares, para que possam ser presos.
 
Os pedidos de abertura de inquérito enviados pela PGR ao STJ serão acompanhados da solicitação de diligências, quebras de sigilo e oitivas dos investigados e testemunhas. Além de Hartung, foram denunciados os governadores Beto Richa (PSDB-PR), Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), Fernando Pimentel (PT-MG), Flávio Dino (PC do B-MA), Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Marcelo Miranda (PMDB-TO), Raimundo Colombo (PSD-SC) e Marconi Perillo (PSDB-GO).
 
Em sua defesa, Hartung vem sustentando que a denúncia não faz sentido porque ele não disputou as eleições de 2010 e 2012, mas a denúncia de Benedicto Júnior aponta a movimentação do governador em captar recursos para os aliados que disputaram as duas eleições em questão. Em 2010, Hartung apoiou a candidatura de seu sucessor Renato Casagrande (PSB) e do senador Ricardo Ferraço (PSDB), além de deputados federais e estaduais ligados da base aliada.
 
Em 2012, Hartung também apoiou candidaturas a prefeito no Estado, com destaque para o candidato Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), que enfrentou e foi derrotado por Luciano Rezende (PPS), na disputa pela prefeitura de Vitória. Ambos foram também citados como recebedores de doações de campanha da Odebrecht.
 
Ainda segundo a delação de BJ, em relação a Hartung, os encontros com o governador aconteceram em seu escritório, na Avenida Nossa Senhora da Penha, em Vitória, onde funcionava a empresa de consultoria que o peemedebista comandou depois que deixou o governo em 2011.
 
O delator afirmou ainda que consultava Hartung sobre investimentos da Odebrecht no Estado, dando a atender que prestava uma espécie de consultoria informal à empreiteira. Quanto aos recursos, o delator afirmou que eles teriam sido negociados, a mando de Hartung, por Neivaldo Bragato, em 2010 e Roberto Carneiro, em 2012. Os recursos teriam sido repassados aos operadores de Hartung por meio de “caixa 2”.
 
Segundo a Folha de S. Paulo, os ministros do STJ aguardam a lista desde a semana passada, quando foram avisados que ela estava sendo finalizada. A tramitação dos processos avançou depois que o tribunal entendeu que não é necessária a permissão das Assembleias Legislativas para abrir investigação envolvendo governadores.

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