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Profusão de candidatos ao governo deve dificultar projeto de reeleição de Hartung

A classe política tem apontado para a possibilidade da construção de candidaturas de oposição ao governador Paulo Hartung (PMDB) em 2018. A senadora Rose de Freitas (PMDB), o ex-governador Renato Casagrande (PSB) e, quem sabe, o deputado estadual Sergio Majeski (PSDB), podem se acomodar em um palanque de oposição ou em três diferentes, mas com um ponto comum: todos estariam contra Hartung. A expectativa de um cenário polarizado parece cada vez mais remota.
 
Isso porque, dada as incertezas do cenário nacional, espera-se uma influência muito maior da disputa presidencial nos pleitos locais no próximo ano, principalmente em se confirmando um cenário em que o ex-presidente Lula não dispute a eleição, o que tornará o pleito mais nivelado para os demais candidatos.
 
Daí surge a possibilidade de as lideranças do Espírito Santo também serem pressionadas a erguer palanques nacionais para seus presidenciáveis. Nesta esteira, surge a possibilidade de o PDT ter que buscar um nome de consenso para dar sustentação ao palanque de Ciro Gomes; de a Rede ter que também se fortalecer para abrigar no Estado o palanque de Marina Silva; de o PT ter que buscar uma acomodação que dê suporte a um palanque presidencial com ou sem Lula; de o PSDB também ter de pensar um espaço para uma candidatura própria ou de garantir apoio para a possíveis aliados.
 
Essa movimentação pode trazer ao governador Paulo Hartung o pior cenário para seu virtual projeto de reeleição. Por isso, o governador vem tentando limpar o cenário para uma disputa mais previsível, como aconteceu em 2006, mas o grupo de oposição parece estar fortalecido, sobretudo com conversas constantes do ex-governador Casagrande com a senadora Rose de Freitas. Neste sentido, o Palácio Anchieta trabalha com a possibilidade de uma disputa polarizada. Mas interesses nacionais diferentes podem trazer tipos diferentes de enfrentamentos para Hartung.  
 
O PSB de Casagrande, pelas mãos do próprio ex-governador, que é secretário-geral do partido, tem buscado acomodações nacionais tendo por base quatro possibilidades: palanque próprio; acordo com o PSDB de Geraldo Alckmin, o que tiraria os tucanos do palanque de Paulo Hartung; aliança com a Rede de Marina; e composição com o PDT do presidenciável Ciro Gomes, que atrairia o sempre disputado PDT capixaba de Sérgio Vidigal, também aliado importante de Hartung e para onde estariam indo alguns de seus secretários-candidatos.
 
Casagrande, que está discutindo o cenário nacional e local em vários municípios, tem evitado falar de suas pretensões eleitorais para 2018. Pode se lançar ao governo, alinhado a um palanque nacional. Seu discurso no palanque deve ser na mesma linha que vem colocando nas redes sociais desde que deixou o governo, cobrando de Harung a conclusão de obras e projetos iniciados em seu governo.
 
A Rede tenta atrair o deputado Sergio Majeski para livrar o prefeito da Serra, Audifax Barcelos, de ter de se candidatar em 2018 ao governo, já que ele vem sendo pressionado para levantar um palanque para Marina. Para isso, o partido de Marina terá de dar condições a Majeski, que não deve abandonar sua linha de fazer uma oposição dura ao governo Paulo Hartung.
 
Já um eventual palanque de Rose de Freitas, não aponta para uma política de cobrança ao governador, mas de comparação de serviços prestados à população. Com sua linha municipalista, a senadora tem mostrado capacidade de movimentação em Brasília desde que estava na Câmara dos Deputados e deve apostar na linha de que, como governadora, poderia entregar muito mais.
 
Isso sem falar na possibilidade de o PT ter um palanque para seu projeto de reconstrução política. No partido, se cogita preparar o deputado federal Helder Salomão para a disputa ao governo, que faz parte do grupo do partido que defendeu no início do ano a saída do PT da base do governador Paulo Hartung. Ele também teria condições de enfrentar o discurso do governador e de garantir uma fatia do eleitorado petista que ainda resiste no Estado.
 
Todos esses fatores podem trazer um cenário ainda pior do que uma dura oposição para Hartung: a possibilidade de ter vários tipos de oposição se levantando contra sua candidatura, cada um com uma fatia do eleitorado, dividindo assim o voto e forçando um desgastante segundo turno na eleição ao governo.
 
Cada um desses palanques apresenta um perigo ao governador, sobretudo tendo como base uma pesquisa recente da Fundação Getulio Vargas (FGV), que aponta que 53% dos eleitores não pretendem votar em quem já votaram no passado. Disputando um quarto mandato ao governo do Estado, o cenário torna-se ainda mais desfavorável para Hartung.

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